A maioria social-democrata na Câmara de Trancoso aprovou na última segunda-feira, por maioria, o Relatório e Conta de Gerência de 2010.
Apesar dos vereadores do PS terem votado contra, as contas do ano passado têm saldo positivo para o presidente. Júlio Sarmento destacou a taxa de execução «na ordem dos 40 por cento» e a redução dos encargos com pessoal em quatro por cento, relativamente ao ano anterior. Contudo, admite que houve um aumento da despesa corrente, ainda que não esteja relacionada com salários dos funcionários da Câmara. «Tivemos mais despesas, mas não são relativas aos vencimentos, dizem apenas respeito a preços mais elevados na eletricidade e combustíveis, por exemplo», refere. Nesse seguimento, a autarquia teve encargos mais elevados sobretudo na área dos transportes, comunicações e iluminação pública. Já no que toca ao plano de atividades, o autarca admite que o município ficou aquém daquilo que inicialmente estava previsto, mas ressalva que «há boas razões» para tal. «O plano só foi executado em 40 por cento, mas a verdade é que o ambiente económico que se vive em Portugal só permite que façamos obras que podem ser comparticipadas», justifica Júlio Sarmento.
Foi precisamente este ponto que levou a oposição a votar contra o relatório, por achar que do orçamento de 26 milhões de euros aprovado em 2010, houve «muita obra que não foi executada». Apesar de respeitar a decisão dos vereadores do PS, o presidente da autarquia entende que não havia outra alternativa senão «colocar um travão» nos investimentos. «Houve aqui uma opção clara de poupança, porque este caminho de executar tudo e depois acabar em dívidas não é solução», considera Júlio Sarmento. Na sua opinião, é este o caminho que se deve seguir doravante: «Executar apenas aquilo que se pode pagar ou que possa ter comparticipação de programas comunitários», defende. No campo do endividamento, o autarca revela que «a médio longo prazo a dívida do município ronda os cinco milhões de euros, enquanto a curto prazo o valor é de oito milhões», números que, por agora, não assustam. «Estes valores não têm nada a ver com o endividamento de outras Câmaras do distrito», compara o edil.
Catarina Pinto