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A Tuberculose

Fundação Portuguesa do Pulmão

A Tuberculose prevalece, no início do século XXI, como um importante problema de Saúde Pública.

O aparecimento da vacina contra esta doença, o BCG, em 1921, e a descoberta de terapêutica farmacológica eficaz contra o Mycobacterium tuberculosis, que teve o seu início em 1944 com a Estreptomicina, parecia poder levar à erradicação da doença.

Infelizmente, a situação atual, em Portugal e no mundo, não confirmou essa esperança.

Ocorrem cerca de 9 milhões de novos casos anualmente a nível mundial, sendo a situação particularmente preocupante no Sudeste Asiático e na África Subsariana.

Na União Europeia a taxa de incidência é baixa, 17/100.000 habitantes, variando dos 4,5/100.000 habitantes da Islândia aos 118/100.000 habitantes da Roménia.

Em Portugal, a sua incidência tem decrescido de forma consistente nos últimos 20 anos, situando-se atualmente em 24/100.000 habitantes. O Distrito da Guarda apresenta uma incidência baixa de 11,1/100.000 habitantes.

Múltiplas causas continuam a favorecer e a perpetuar a transmissão da infeção pelo bacilo da tuberculose. Atualmente, uma causa extremamente preocupante é o aparecimento de tuberculose resistente aos fármacos usados no seu tratamento devido quer à deficiente qualidade dos fármacos e a tratamentos mal prescritos, quer sobretudo ao incumprimento terapêutico. O surgimento de novas doenças virusais, tais como S.I.D.A., a aplicação de terapêuticas inovadoras utilizadas no tratamento de doenças auto-imunes e cancro constituem condições favorecedoras do desenvolvimento da doença.

Outros grupos de risco são fruto da existência de situações de fragilidade social, tais como a reclusão, o alcoolismo, a toxicodependência, a pobreza e a imigração proveniente de países com elevada incidência de tuberculose

No longo caminho da luta contra a tuberculose, decorrido mais de um século desde a inauguração do Sanatório Sousa Martins, é necessário continuar a investir num sistema eficaz de vigilância epidemiológica, na implementação de medidas de controlo da infeção e na qualificação da prestação de cuidados e vigilância da terapêutica.

Por: Luís Ferreira

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