Um cidadão colocado na chefia de um grupo deve ser solidário com quem o mandata e, por essa razão, é normal sentirmos coerência entre o discurso do Governo e os seus representantes locais e dirigentes das Instituições. Isto não só é lógico como parece razoável. Menos claro são os “mais papistas que o Papa” e que tornam infernal a proximidade, mesmo tendo em conta a obsessão do Governo. Um quer poupar e outro atua sobre os cidadãos de modo persistente, sem folgas, com abusos. Assim é a história dos impostos cobrados pelo Sheriff of Nottingham, em Sherwood Forest, diz-se que em Nottinghamshire, lá pelo século 16. Dos exageros do sheriff nasce a pertinência da revolta e começa a lenda de Robin Hood. Estamos nesse território do exagero e da obsessiva compulsão em extorquir, em apoucar, em amarfanhar o trabalho, em conduzir as pessoas a patamares inferiores da sua condição. Isto acontece ao mesmo tempo que outros se obsequiam triunfais prémios, ordinários truques legislativos compensatórios, opíparos salários, vantagens imerecidas sobre aqueles que também trabalham diariamente e sentem a gasolina subir, as portagens mais caras, novas portagens, mais taxas, preços exponenciais na luz, no gás, no bilhete de autocarro, nas propinas, nas compensações em saúde, mas estes com salários medíocres, com o mesmo ou mais trabalho que antes, sem folgas, sem baixas, cumprindo com afã, mas num gráfico de honorários sempre a descer. Estamos a viver a época em que os dirigentes deviam pedir demissão, em que os filhos da gente simples deviam recusar dirigir, em que as direções deviam abdicar. A resistência à demência tem que sair dos cidadãos. Os diretores e os presidentes devem perceber o seu papel nesta tragédia. Devem iniciar o processo Robin Hood para um destino melhor.
Por: Diogo Cabrita
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