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Os bombeiros estão fartos de serem tratados como pedintes*

Ao ler a notícia que, certamente, relata o que de mais importante foi proferido na sessão solene dos 134 anos da AHBV Egitanienses recentemente comemorados, não podia ficar insensível, nem calado, face às palavras sábias do meu estimado amigo Dr. Álvaro Guerreiro, bombeiro e presidente da direcção daquela casa há mais de 30 anos, e também ilustre presidente do Conselho Jurisdicional da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

Daqui do Ribatejo, de Torres Novas, permito-me dar-lhe um grande abraço de parabéns pela clarividência, oportunidade e justeza das suas palavras desejando que as mesmas possam vir a ser lidas, interpretadas e assumidas pelos vários poderes instituídos. É certo que a crise que o país atravessa é grande. Mas os bombeiros estão fartos e cansados de serem tratados como os parentes pobres, os pedintes, do Sistema de Protecção e Socorro, quando, no final de contas, são sempre eles que estão na primeira linha de qualquer intervenção do SIOPS. É a voz do saber, da experiência e da razão a saltar de um coração de bombeiro magoado, que todos os dias luta e labuta para que o corpo de bombeiros da sua Associação se possa manter operacional, como os operacionais querem e sabem ser.

Perfilho ainda das palavras do também meu amigo Dr. Gil Barreiros, presidente da AHBV de Gouveia e da Federação dos Bombeiros do Distrito da Guarda. Mas se este meu amigo me permitir, no que respeita ao desafio que lançou ao Dr. Duarte Caldeira, presidente da LBP, eu tinha-o desafiado também para, além da necessidade de «consolidar a estrutura de bombeiros a nível nacional, distrital e concelhio», a interiorizar as palavras do Dr. Álvaro Guerreiro e que fizesse delas, a partir de agora, a cartilha reivindicativa dos Bombeiros Portugueses perante o Governo na sua globalidade e de uma forma especial junto do Ministério da Administração Interna e do Ministério da Saúde e também junto das autarquias. Está lá tudo dito. Parabéns aos vários oradores. Parabéns aos Bombeiros Voluntários da Guarda. Que os poderes saibam ver o que se passa e saibam ouvir o que se sente.

* título da responsabilidade da redacção

Carlos Pinheiro, carta recebida por email

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