A Resiestrela, empresa responsável pela gestão dos resíduos sólidos urbanos da Cova da Beira, e a CIRVA (Centros Integrados de Reciclagem e Valorização Ambiental) vão cooperar na gestão de resíduos de construção e demolição. A parceria foi apresentada na passada quinta-feira, no Sabugal, e consiste em viabilizar a deposição daqueles detritos de obras domésticas (até um metro cúbico) nos ecocentros dos 13 concelhos que integram a Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB). O primeiro a funcionar é o da cidade raiana.
O administrador do CIRVA sublinhou que um dos objectivos deste acordo é «baixar os custos de tratamento e deposição» ao disponibilizar em cada concelho um local para receber estes entulhos. Nuno Santos revelou ainda que o centro do Sabugal, em funcionamento desde Setembro do ano passado, não tem tido a procura esperada. «Sabíamos que não teria uma adesão imediata. Independentemente da lei estar em vigor, de haver fiscalização, ainda é necessário fazer uma consciencialização tanto ao nível de entidades privadas, como públicas», justificou. Contudo, o responsável mostrou-se optimista, já que com esta parceria «poderemos efectivar mais o trabalho em conjunto, nomeadamente com as autarquias, que até à data tem sido bastante reduzido». No futuro, os munícipes da região poderão requerer o serviço. «São eles os grandes ganhadores com esta parceria, pois, a partir de agora, terão uma solução ambientalmente correcta para um problema que se lhes coloca quando fazem pequenas obras», considerou Carlos Pais.
O administrador da Resiestrela anunciou que a rede de recolha – que, por enquanto, só funciona no Sabugal – será alargada a outros ecocentros em função da adesão das restantes autarquias da AMCB à iniciativa. «Está a ser feito um trabalho de articulação com os municípios para a operacionalização do serviço. Quando estiver concluído, paulatinamente serão colocadas as caixas para a deposição destes entulhos nos diferentes ecocentros e a partir daí os municípios poderão utilizá-los», explicou Carlos Pais.
Resiestrela não sentiu «impacto substantivo» com a greve
A propósito da recente greve de dois dias levada a cabo pelos trabalhadores da empresa multimunicipal a 8 e 9 de Agosto, Carlos Pais admitiu que a Resiestrela foi afectada pela paralisação, tendo laborado «a um nível inferior ao normal». Mas rejeitou os dados de adesão divulgados pelo Sindicato (STAL), segundo o qual terão feito greve 80 por cento dos funcionários. Pelas contas da empresa, a adesão «rondou os 40 por cento», sendo que «a triagem funcionou normalmente e, do ponto de vista daquilo que é a actividade da empresa, não existiu um impacto substantivo». Em relação à contestação em torno dos contratos de trabalho, o administrador explicou tratar-se de «uma questão que segue termos no local próprio, em sede de acordo colectivo de trabalho, com aplicação às 10 empresas do grupo EGF que neste momento estão envolvidas nesse processo».
Rafael Mangana