Arquivo

Mau cheiro persiste em Maçaínhas

Estação Elevatória localizada no centro da aldeia continua a provocar descontentamento na população

Já passaram três anos, mas o problema teima em não largar Maçaínhas. Muitos habitantes da freguesia do concelho da Guarda continuam descontentes com o mau cheiro proveniente da Estação Elevatória de Águas Residuais (EEAR), situada junto à escola do primeiro ciclo. Confrontada com os protestos, a Águas do Zêzere e Côa (AdZC) defende que o odor desagradável deve-se às elevadas temperaturas.

António José Silva, um dos moradores insatisfeitos, escreveu à AdZC a denunciar o problema e a pedir uma «solução», lê-se na carta a que O INTERIOR teve acesso. O habitante que reside mesmo em frente à estação quis mostrar o seu desagrado face à «poluição do ar com gás metano e cheiros insuportáveis que tinham sido parcialmente resolvidos aquando da adição de químicos». Naquela altura, dia 4 deste mês, queixou-se de que o sistema estava «ao abandono, com mau aspecto e sem limpeza», lamentando ainda que «as autoridades locais não se interessem» pelo assunto porque «só alguns sofrem com os cheiros». A AdZC respondeu no dia 12, salientando que a instalação em causa está «a funcionar em boas condições de serviço» e que a empresa está a proceder à neutralização dos odores com «o doseamento permanente de um reagente».

Francisco Miguel, do sector de exploração da empresa multimunicipal de abastecimento de água e saneamento, refere que «se, mesmo assim, vão surgindo alguns maus cheiros, esse facto deve-se às elevadas e anómalas temperaturas que se têm feito sentir, obrigando a frequentes ajustamentos no doseamento». O responsável defende que o subsistema de saneamento de Maçaínhas está a ser «devidamente operado e com a limpeza requerida», sendo que, à data da comunicação de António José Silva, a EEAR em causa «carecia apenas da remoção de ervas daninhas, que entretanto, como é normal na transição dos meses chuvosos para os meses mais quentes, se desenvolveram na instalação, tendo essa acção já sido realizada». A AdZC assegura ainda ser «indiscutível» que o sistema de recolha e tratamento construído veio «melhorar a qualidade ambiental das “aldeias do interior”, preocupando-se esta empresa em exercer a sua acção com respeito pelos preceitos legais em vigor, com discrição e a eficácia adequada, procurando resolver os problemas, os quais, é inevitável, por uma ou outra razão, sempre acontecem».

Opinião divergente tem o presidente da Junta de Freguesia, que reconhece que o mau cheiro causado é «preocupante» e continua a haver «muita gente a queixar-se», até porque está ali localizada uma área de serviços. «Quem vive ali perto, quem vai à escola ou ao ATL buscar os filhos ou os netos, quem vai à Junta ou mesmo quem lá passa, todos se queixam», relata. António Sousa diz mesmo que aquele equipamento «não veio beneficiar em nada a qualidade de vida da população» e que «o problema tem de ser resolvido de uma maneira ou de outra». O autarca revela que a Junta já enviou «alguns ofícios» à AdZC e que «durante algum tempo o problema foi ultrapassado». Nesse sentido, garante que tem havido «o máximo empenhamento por parte da Junta», até porque «somos os principais interessados em que o problema seja resolvido. Temos acompanhado os técnicos e feito ofícios», assegura.

Ricardo Cordeiro Equipamento fica nas imediações da Junta de Freguesia, ATL, Escola Básica e sede da Associação “Os Beirões”

Mau cheiro persiste em Maçaínhas

Sobre o autor

Leave a Reply