Expositores e comerciantes de Trancoso parecem estar de acordo quanto à importância e ao impacto económico na dinâmica empresarial que a Feira de São Bartolomeu traz à cidade.
Esta é a ideia deixada por alguns dos comerciantes que participam anualmente numa das maiores feiras francas do país, quer pelo negócio que se concretiza nos dias do certame, quer pela oportunidade de divulgação do nome das suas empresas e posterior retorno económico proporcionado, e por quem está o ano todo em Trancoso e tem no evento a “tábua de salvação” dos seus negócios, através de um retorno financeiro assinalável. «O negócio tem vindo a aumentar de ano para ano. Neste momento, há muita gente que está à espera da feira para comprar carro». Felisberto Pereira, proprietário da empresa de venda de automóveis “Pereira & Sequeira, Lda” sublinha que a exposição na Feira de São Bartolomeu é «benéfica», até porque, revela, «as vendas quadruplicaram desde a primeira vez, há sete anos». Apesar de admitir que «a conjuntura económica não é favorável, e isso reflecte-se em tudo», Joaquim Fidalgo, da empresa de maquinaria agrícola “Trancosauto, Lda”, explica que «é sempre importante estar presente para as pessoas verem que estamos no mercado, para mostrar que estamos vivos. A feira é sempre boa para chamar pessoas», conta.
Esta ideia é partilhada por João José Castela, da companhia de seguros “Fidelidade Mundial”, para quem o evento «é bastante importante para o concelho, para além da tradição que tem». O responsável assegura que esta «é uma forma de chegar ao grande público e de dizer que a marca está presente». João José Castela explica que, «de uma forma ou de outra, não no momento, mas ao longo do ano, conseguimos os contactos na feira – de particulares e empresas – incluindo as que participam no evento. Há sempre contactos que surgem», diz. Luísa Rocha, da empresa de rochas ornamentais “Granitos Santos & Capelão, Lda” espera que a feira «ajude à divulgação e que haja muita gente». A comerciante conta que expõe em Trancoso «há 26 anos», e que «não é pelo negócio, mas pelo feedback, porque as pessoas levam o contacto e contactam-nos posteriormente. A longo prazo compensa. Temos sempre esperança», revela. «Esperemos que ajude». Esta é a esperança de Maria Domingues, proprietária de uma empresa de aquecimentos. A comerciante revela que «aparecem sempre clientes novos». Desde 1994 que participa na Feira de São Bartolomeu e não tem dúvidas: «Sempre ajuda em termos de novos clientes, passa muita gente, e há pessoas que nos ficam a conhecer a partir de lá».
Mais negócio na restauração
Quem também lucra com o certame são os comerciantes estabelecidos em Trancoso, principalmente na área da hotelaria e restauração. José Augusto, proprietário do restaurante “Museu” diz que «não há duvida nenhuma que esta feira contribui para o desenvolvimento do negócio», e aponta 50 por cento como a percentagem de aumento de clientes em Agosto por causa da Feira de São Bartolomeu. «Nota-se bem a diferença», constata. Também o restaurante “Queda D’água” costuma encher durante o evento. Jorge Fonseca conta que «a feira traz muita gente a Trancoso», o que lhe causa um aumento de clientes superior a 60 por cento. «Trabalha-se bem, mais à hora de jantar, mas a feira anima muito o centro da cidade, sem dúvida», comenta o proprietário.
«No mês de Agosto já se notam grandes diferenças, mas na altura da feira está sempre cheia». Conceição Trabulo refere-se à residencial “Dom Diniz”, da qual é proprietária. Conta que, «durante o ano, costuma ter mais pessoas hospedadas aos dias de semana», mas que «durante a feira, não há diferenças entre dias de semana e fim-de-semana». Daí que chegue mesmo a afirmar que «há dias em que seriam precisas três residenciais para acolher toda a gente». Conceição Trabulo crê que a Feira de São Bartolomeu se constitui como um «pólo de desenvolvimento, que traz muitos turistas a Trancoso», considerando-a mesmo «um verdadeiro marco da cidade». Fernando Garcia, gerente da garrafeira / mini-mercado “Ângelo Ramos Lda” destaca que a Feira é «muito importante para o comércio de Trancoso, porque é feita no Verão, numa altura em que há muita emigração, o que contribui para o aumento dos negócios».
