Arranjar um «bom emprego» num dos gigantes da informática ou da programação, como a Microsoft ou a Google, é o objectivo de Daniel Freitas, que recebeu o Prémio Nacional Pinto Peixoto do melhor aluno do ensino secundário no passado domingo na Miuzela do Côa (Almeida).
«Ter as melhores notas pode ajudar», acredita este jovem de 19 anos, natural de Lamego, que estuda actualmente Informática e Computação na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. «Tento sempre ser o melhor, ter os melhores resultados e o maior tipo de experiências a todos os níveis para depois conseguir um bom emprego, que é do que se trata ao fim e ao cabo», garante. E o antigo aluno do Colégio de Lamego não deixou os seus créditos por mãos alheias, tendo concluído o secundário, no ano lectivo de 2008/2009, com uma média final de 19,9 valores. Já nos exames nacionais “ficou-se” pelos 19,7 valores a Biologia, 19,8 a Matemática e 20 a Físico-Química. «Dediquei-me à causa e consegui bons resultados», justifica. Mas não se pense que Daniel Freitas é um “marrão”. «Agora sou um pouco menos, mas também não foi isso que me impediu de me divertir, sair à noite ou estar com os amigos. É tudo uma questão de gerir bem o tempo e definir prioridades», explica.
Para o galardoado, talvez não tivesse resultados idênticos no ensino público: «A vantagem do ensino particular é que somos menos alunos por turmas, os professores dão muito mais apoio e há um aconchego e um à-vontade que se calhar não há no público. Os professores são mais motivadores, é quase uma família, enquanto nas escolas públicas há problemas de violência e essas coisas todas», sublinha. Quanto ao futuro, o ex-caloiro, baptizado na praxe de ‘Popular Freitas’ – devido à fama que grangeou com o prémio Pinto Peixoto – ainda não sabe que carreira seguir. «Vou ver que portas se abrem para decidir o caminho», adianta, revelando que o primeiro ano da faculdade terminou dentro das suas expectativas. «Estou com uma média de 16 valores, o que é bom», confessa. Daniel Freitas vai agora ajudar nas despesas com os mil euros do prémio, mas também comprar «uns “gadgets”, um telemóvel novo e dar umas voltinhas».
Instituído em 2002, o galardão para o melhor aluno do ensino secundário é atribuído anualmente pela associação Casa de Cultura Professor Doutor José Pinto Peixoto (1922-1996), sediada na Miuzela do Côa, terra natal de um dos maiores cientistas portugueses. Nesta edição concorreram onze jovens, cinco com a classificação final de 20 valores e seis com 19. Além do vencedor, candidataram-se ainda alunos das Secundárias de Gouveia (segundo classificado, com 19,8), Carvalhos, Guimarães, Paredes, Porto, Sacavém, Seia, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu. A associação entregou ainda a Miguel Marcos o prémio para o melhor aluno da escola local do ensino básico.
Luis Martins