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Escala da Obstetrícia «totalmente preenchida»

Segundo Fernando Girão, as dificuldades são «as mesmas de sempre» em Agosto, sendo que a Cardiologia será o caso «mais grave» devido à eterna falta de especialistas

O presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda garante que as dificuldades em fazer a escala do mês de Agosto na Obstetrícia do Sousa Martins são «as mesmas de sempre nesta altura do ano». Fernando Girão afirma mesmo que, «se calhar, a situação deste serviço até é a melhor do Hospital», adiantando que, actualmente, a escala está «totalmente preenchida».

O alarme surgiu no início do mês, após a publicação da referida escala com vários espaços em branco e sem estar devidamente assinada pela directora do serviço ou pela direcção clínica, o que foi entendido como um sinal de que havia um problema por resolver. Em risco estaria mesmo o encerramento da maternidade nos períodos em causa, nomeadamente a 15 de Agosto – este domingo, dia em que não havia nenhum médico escalado. «O problema está resolvido e a escala da Obstetrícia totalmente preenchida com médicos contratados e do quadro, que vão assumir o serviço», refere Fernando Girão, que lamenta o «alarmismo e a insegurança» criadas nas grávidas com partos marcados para estes dias. «Além de irresponsável, o que tem sido dito é prejudicial ao hospital, que continua a garantir todas as condições de assistência às futuras mães e aos seus filhos», sublinha o presidente da ULS.

O que também surpreendeu na escala divulgada no início do mês foi a existência de vários médicos contratados para assegurar o serviço e a constatação de que, mesmo assim, permaneciam “buracos”. «Já tínhamos empresas contratadas para a Obstetrícia, cujos médicos passaram a fazer mais serviços devido às férias de alguns especialistas e à aposentação de dois clínicos, um dos quais ainda estava escalado para este mês», justifica Fernando Girão. De resto, adianta que o recurso a médicos externos «custa menos à ULS do que se o serviço fosse feito pelos nossos especialistas, porque à empresa pagamos o mesmo trabalhem de dia, de noite ou aos fins-de-semana». O responsável reitera que o preenchimento das escalas é «um problema rotineiro para o Hospital em Agosto». E exemplifica que na Cardiologia a situação «é mais grave» nesta altura do ano devido a eterna falta de especialistas no quadro. «Naquele serviço há quatro contratados, mas ninguém fala dos seus problemas, o que me espanta», critica. Para Fernando Girão, devia-se era «elogiar os trabalhadores da saúde na região, que sendo menos neste mês, têm de prestar assistência ao dobro da população».

Luis Martins

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