Linhares da Beira está a ser o centro das atenções do parapente nacional e internacional. Depois de um festival acrobático no passado fim-de-semana e da penúltima e decisiva prova do campeonato português, que termina hoje, a Aldeia Histórica recebe entre sábado e dia 14 a Taça do Mundo, em que participam alguns dos melhores pilotos da modalidade.
Hoje pode ser o dia de todas as decisões para o Nacional. No arranque da competição, os 10 primeiros pilotos estavam separados por muitos poucos pontos e tinham pela frente excelentes condições meteorológicas para os voos. Além dos actuais campeões, Nuno Gomes e Sílvia Ventura, marcaram presença Nuno Virgílio, que recentemente quebrou o recorde nacional de voo em distância ao percorrer 248,3 quilómetros entre a Guarda e a Vidigueira (Beja), e dezenas de pilotos da Austrália, Rússia, Brasil, México, Reino Unido, França, Alemanha, Suíça, Itália, Hungria e Espanha. É esta elite que disputa a Taça do Mundo a partir de sábado. A competição integra o Festival Internacional de Parapente, numa organização conjunta do município de Celorico da Beira e da Fundação Inatel, e que abriu, no último fim-de-semana, com um impressionante festival acrobático.
Durante dois dias e duas vezes por dia, lançados de aviões e helicópteros, os melhores especialistas desta modalidade radical tomaram conta dos céus de Linhares executando “loopings”, espirais sincronizadas, rasantes ao solo e quedas livres controladas, entre outras acrobacias, de fazer cortar a respiração. O público gostou deste espectáculo arriscado e, no sábado, pôde assistir à tentativa de bater o recorde mundial de “loopings” consecutivos – ou “infinity tumbling”, na gíria parapentista, em que o piloto sucessiva e ininterruptamente manobra o grau de abertura da asa para que o parapente rode à sua volta. O desafio era de Félix Rodriguez, que só não foi ajudado pelos ventos para efectuar a proeza dos 300 “loopings” a que se propunha. Mesmo assim, o espanhol “ficou-se” por uns impressionantes 247, menos 34 que o actual recorde mundial, que é de 281 “loopings” sucessivos.