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Calor faz regressar fogos ao distrito

Incêndios no Sabugal e Almeida foram os casos mais complicados no início desta semana

As chamas regressaram, no início desta semana, ao concelho do Sabugal, em parte da zona que ardeu no ano passado naquele que foi considerado o maior incêndio de 2009 em Portugal e na Europa com mais de 10 mil hectares consumidos pelo fogo.

Desta vez, o sinistro eclodiu durante a noite de segunda-feira numa área de mato e pinhal perto das localidades de Quintas de Santo António e Mosteiro, tendo progredido rapidamente devido ao vento em direcção à freguesia de Bendada, já no limite com o município de Belmonte, no distrito de Castelo Branco. Ali, o incêndio chegou a ameaçar algumas casas em Olas e Maçaínhas, mas o trabalho dos bombeiros deu frutos a meio da manhã de ontem, numa altura em que estavam no terreno quase 180 voluntários, apoiados por 53 veículos e cinco meios aéreos. Fonte do Centro Distrital de Operações e Socorro da Guarda adiantou que não se registaram danos materiais ou humanos. Segundo o comandante operacional distrital da Guarda, António Fonseca, esta semana tem havido «muitos incêndios que não fizeram história» no distrito da Guarda. «Este fez por causa das acessibilidades complicadas ao local, pelo vento forte que soprou e por ter surgido durante a noite, quando as condições de combate são mais difíceis, pois também temos que garantir a segurança dos bombeiros. Por tudo isto, não foi fácil combater as chamas», referiu.

O dia de terça-feira ficou ainda marcado por um reacendimento na localidade de Naves, no concelho de Almeida. O fogo esteve dominado durante a madrugada, mas regressou por volta do meio-dia numa zona de mato de difícil acesso. Mais de uma centena de voluntários, apoiados por 25 veículos, estiveram no terreno durante toda a tarde, mas as chamas continuavam por controlar ao princípio da noite, à hora do fecho desta edição. Também aqui não houve populações em perigo. De acordo com o último relatório provisório da Autoridade Florestal Nacional (AFN), entre 1 de Janeiro e 15 de Julho, arderam no distrito da Guarda 142 hectares, maioritariamente de mato (130 hectares). Nesse período registaram-se 104 ocorrências, com predominância dos fogachos com menos de um hectare (76 caos), enquanto houve 28 incêndios florestais. Nos distritos vizinhos, a área ardida em Castelo Branco era de 37 hectares, mas em Viseu as chamas consumiram 204 hectares.

Segundo os dados da AFN, já arderam até 15 de Julho 4.218 hectares em todo o país, sendo que o maior número de ocorrências verificou-se nos distritos do Porto, Aveiro e Braga. Já no que respeita às áreas ardidas é no distrito de Viana do Castelo que, até à data, foi consumida maior área (1.401 hectares), logo seguido de Braga com 663. «Os valores são sempre mais expressivos em matos do que em povoamentos, o que permite estimar uma perda de valor patrimonial menos significativa», adianta a Autoridade Florestal Nacional. No ano passado, a Guarda foi o distrito que registou mais área ardida do país. De acordo com o relatório final da AFN, arderam 18.535 hectares em 2009, sendo que o incêndio de maiores dimensões ocorreu no concelho do Sabugal, no final de Agosto.

Luis Martins Chamas consumiram mato e algumas propriedades agrícolas na terça-feira

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