Jazz e improvisação topo de gama servem-se amanhã à noite no pequeno auditório do TMG com o saxofonista norte-americano Tim Berne e o contrabaixista francês Bruno Chevillon.
São duas perspectivas bem distintas do jazz que se cruzam neste duo, cujos músicos estão numa posição de desafio interactivo, em que cada qual reage às propostas do outro conseguindo uma verdadeira osmose. «Porque o expressionismo das execuções de um convive bem com o enfoque estrutural do outro e a fidelidade às coordenadas básicas do jazz não contradiz o espírito aventureiro que tantos novos caminhos tem desbravado para este idioma musical», adianta a produção. Tim Berne é um ex-basquetebolista desviado para a música graças à sua paixão pela soul e o rhythm’n’blues e após descobrir a sonoridade do saxofone alto. Tanto assim que, em meados da década de 70, decidiu aprender mais sobre este instrumento com Julius Hemphill, talvez o mais sofisticado dos protagonistas históricos do “free jazz”. Ao longo dos anos tem desenvolvido propostas que aglutinam a objectividade do “hard bop”, a fluidez do “free jazz”, a alma da soul e a energia do rock em grupos como os Bloodcount, Big Satan, Science Friction e Paraphrase.
Já Bruno Chevillon parecia ter o destino traçado para as belas-artes, tendo mesmo feito uma especialização em fotografia. Contudo, outra figura ímpar do jazz alterou-lhe o rumo.
Após estudos clássicos e uma actividade dedicada à música erudita contemporânea e à livre improvisação, o contrabaixista conheceu André Jaume que o introduziu no jazz. Seguiu-se uma carreira notável ao lado de nomes como Daniel Humair, Joachim Kühn, Elliott Sharp, Michel Portal e, principalmente, de Louis Sclavis. Mais recentemente, abriu-se também à experimentação electroacústica, com parceiros que desafiam catalogações como Franck Vigroux, Elliott Sharp e Joey Baron. Bruno Chevillon começou a integrar as bandas de Tim Berne por indicação do guitarrista do norte-americana, Marc Ducret, também seu colaborador ocasional.
