Arquivo

Câmara do Sabugal aprova mais dois vereadores a tempo inteiro

Decisão permite que um dos eleitos da oposição venha a assumir funções em permanência, além de Ernesto Cunha

António Robalo, o único presidente de Câmara da região que governa sem maioria absoluta, propôs em reunião do executivo sabugalense a inclusão de mais dois vereadores a tempo inteiro. A decisão, aprovada por unanimidade, permite que Ernesto Cunha, também eleito pelo PSD, passe a exercer em permanência, mas também abre a porta para que um elemento da oposição assuma funções similares. Para já, o edil não revela se irá convidar o vereador do MPT ou um dos três eleitos do PS.

Até aqui, o executivo tinha a tempo inteiro António Robalo e a vice-presidente, Delfina Leal. O autarca admite que «não tem sido fácil» governar nestas condições e sem maioria. «Obviamente que exige de mim um esforço muito maior, o que é muito complicado», afirma, falando mesmo numa «sobrecarga» de funções que afecta também a vice-presidente. O despacho que permitirá a Ernesto Cunha trabalhar em regime de permanência foi assinado ontem, desconhecendo-se ainda quando será nomeado o quarto vereador. «Só o será quando sentir necessidade do quarto elemento», diz apenas António Robalo, justificando que tudo depende do volume de trabalho. Contudo, revela não ter pressa: «Politicamente, quis dar um sinal à oposição de que estou aberto a uma colaboração», declara, acrescentando não ter ainda iniciado negociações com os eleitos do PS e MPT para preencher o lugar.

Na sua opinião, a decisão decorre do que defendeu na tomada de posse, quando pediu à oposição para «“despir a camisola” partidária» e se mostrou disponível para «um diálogo com todas as forças políticas». De resto, a proposta de incluir mais dois vereadores a tempo inteiro tinha sido chumbada há meio ano pelo PS e MPT. Agora, António Dionísio, que liderou a candidatura do PS nas últimas autárquicas, alega que o PS também quis dar um «sinal» ao presidente da Câmara com a aprovação desta proposta: «Quisemos demonstrar claramente que o PS pode ajudar o concelho, tem ideias positivas e é uma oposição construtiva, o que não significa que o partido vá para a vereação», afirma. No entanto, o vereador reitera que «o PS rejeita um entendimento com o PSD» e sublinhando que, no seu caso, nunca equacionou ocupar o lugar a tempo inteiro. «Nem fui contactado para tal», afiança.

«Se algum dos vereadores socialistas aceitasse, teria de haver uma resolução no seio do partido, até porque todo o figurino da oposição que estamos a fazer mudaria», considera António Dionísio. E sublinha: «Não existe um entendimento, pelo menos da parte do PS». Do lado do MPT, Joaquim Ricardo explica que votou a favor face à justificação apresentada pelo presidente, «de que a situação actual era muito desgastante e que havia grande sobrecarga de funções». Na sua opinião, «o importante é o futuro do concelho, que não pode ficar adiado por mais quatro anos». Quanto à sua disponibilidade para ocupar o lugar e juntar-se ao PSD na gestão camarária, o vereador mostrou mais abertura que António Dionísio: «A proposta foi aprovada por unanimidade, o que significa que todos na oposição nos disponibilizámos para desempenhar funções a tempo inteiro», considera.

A Câmara do Sabugal pode agora ter quatro vereadores em permanência

Câmara do Sabugal aprova mais dois
        vereadores a tempo inteiro

Sobre o autor

Leave a Reply