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Maioria e oposição desafinam nas contas da Culturguarda

Segundo Virgílio Bento, a empresa municipal que gere o TMG teve um resultado líquido positivo de 21 mil euros em 2009

Maioria e oposição continuam a não afinar pelo mesmo tom no que às contas da Culturguarda diz respeito. Na última reunião, apenas os socialistas votaram favoravelmente o relatório do exercício de 2009, um documento muito criticado pelos sociais-democratas.

Mais uma vez, os jornalistas não tiveram acesso ao relatório de contas e tiveram que se contentar com as leituras contraditórias de Virgílio Bento e Rui Quinaz. O primeiro sublinha que o ano passado terminou com um resultado líquido positivo de 21 mil euros e que houve um crescimento dos custos em 189 mil euros pelo recurso a serviços externos para «a preparação de candidaturas a fundos comunitários», justificou. Para o vice-presidente da autarquia e vereador com o pelouro da Cultura, o resultado valeu a pena, pois o Teatro Municipal da Guarda (TMG) obteve financiamentos no âmbito da rede de teatros “Cinco Sentidos” e do POCTEP (Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha). «O que decorre deste relatório é a confirmação da estabilidade financeira da Culturguarda», concluiu.

Mas Rui Quinaz discordou, lamentando que continue a «não haver uma preocupação com a contenção de despesa» na empresa municipal que gere o TMG. «Temos um resultado líquido positivo porque houve um aumento de 24 por cento do subsídio à exploração. Se não fosse isso, os resultados seriam naturalmente negativos», referiu. O vereador estranhou depois que este subsídio à exploração «não evite o aumento da despesa para uma produção de serviços menor», já que, pelas suas contas, ela terá baixado seis por cento, enquanto os custos aumentaram 12 por cento. Nesse sentido, o social-democrata entende que o apoio da Câmara deveria diminuir porque «houve uma redução da prestação de serviços e mais apoios comunitários».

Unanimidade mereceu a contracção de um empréstimo excepcionado – que não conta para o endividamento do município – de longo prazo, de 263.250 euros, para o co-financiamento do Centro Escolar do Vale do Mondego. Mas também os protocolos que vão reger os apoios à actividade cultural desenvolvida pelas Juntas de Gonçalo e Famalicão. Ambas terão direito a 36 mil euros por ano para a programação dos seus centros culturais. Nesta reunião, Rui Quinaz também pediu um relatório de avaliação do direito de oposição, considerando que os eleitos do PSD têm sido «sistematicamente desvalorizados, menosprezados mesmo».

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