A Unidade Local de Saúde da Guarda (ULSG) iniciou uma nova técnica cirúrgica para a incontinência urinária de esforço e prevê tratar, ao longo do próximo ano, cerca de 100 mulheres, anunciou a instituição em comunicado.
A incontinência urinária de esforço caracteriza-se por os pacientes registarem perdas de urina em situações tão comuns como caminhar. O tratamento usado desde Março na Unidade de Urologia da ULSG denomina-se “mini-sling” e, segundo a instituição, «beneficia de todas as vantagens da cirurgia de ambulatório, é menos invasivo e implica um tempo de convalescença reduzido». A operação consiste em fazer «uma pequena incisão, de apenas um centímetro, seguida da colocação de uma fita por baixo da uretra da paciente», explica António Oliveira, director da unidade, sendo que a intervenção «tem uma taxa de sucesso total na ordem dos 90 por cento». Cerca de 70 por cento das operações previstas serão feitas no Hospital Sousa Martins, na Guarda, e as restantes no Hospital Nossa Senhora da Assunção, em Seia.
Os cuidados a ter na fase de convalescença são um dos aspectos mais importantes no processo. As três semanas seguintes à operação são decisivas. «Nesse período, não se podem fazer esforços físicos», adverte António Oliveira, acrescentando que os casos de insucesso têm, «regra geral, a ver com esse espaço de tempo». De acordo com o médico, a incontinência urinária de esforço afecta «muitos pacientes na área de intervenção da ULSG, mas também a nível nacional». Esta nova técnica passou a ser utilizada a 18 de Março, uma data que coincidiu com a Semana Europeia da Incontinência Urinária. O próximo passo da Unidade de Urologia será a criação de uma nova valência. «A breve prazo, em colaboração com a Ginecologia, queremos ter uma Unidade de Incontinência Urinária e Pavimento Pélvico, que tratará todos os casos, femininos e masculinos», adianta António Oliveira.
Nesse sentido, foi adquirido um aparelho de estudos urodinâmicos que deve estar a funcionar dentro de aproximadamente dois meses e vai permitir alargar o espectro de incontinências a debelar, nomeadamente as que «têm origem neurológica ou em doenças sistémicas», refere o especialista. Entretanto, arrancou também no passado 18 de Março na Unidade de Urologia o tratamento de problemas da próstata com recurso a laser. Outra intervenção que pode funcionar em ambulatório: «O primeiro doente foi operado às 13 horas e teve alta às 18», salienta o director. Este tratamento pode ser usado em patologias benignas ou malignas. «No caso das primeiras, para curar a hiperplasia benigna da próstata. Quanto aos problemas malignos, serve para controlo de sintomatologia», explica o responsável.