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Holandeses preparam festival de Verão «exuberante» na Faia

Propriedade agrícola vai ser palco de um evento dedicado às artes, com a natureza e o rio Mondego como pano de fundo

Vem aí um festival de Verão no mínimo diferente. A pouco mais de 10 quilómetros da Guarda, na Faia, há um casal holandês que vai deixar as lides da agricultura por uma semana, em Agosto, para transformar a sua propriedade no palco do Angel Festival, dedicado às artes. São 33 hectares no vale do Mondego ocupados com vários espaços para espectáculos, exposições e “workshops”, num evento intimista em que a Natureza também entra no cartaz.

Entre 14 e 21 de Agosto, artistas e público vão ficar alojados na propriedade, em casas ou tendas, trocar experiências e sentar-se à mesma mesa na hora das refeições. O espaço que vai acolher o Angel Festival chama-se Domínio Vale do Mondego, está dividido em seis quintas e pertence a Karin Sligting e Eelco Schaap, que há dois anos e meio trocaram Amesterdão pela Faia para se dedicarem à agricultura biológica e ao agro-ecoturismo, trazendo consigo os seus três filhos – de 17, 18 e 6 anos. Moram aqui desde então. Karin Slingting, mais conhecida por Dona Catharina, é a grande mentora do evento. «Temos muito espaço, um Verão cheio de sol e pensei que seria um bom sítio para fazer um festival de artes», adianta Dona Catharina, que esteve na organização de vários eventos culturais do género na Holanda, em espaços abandonados, na Natureza e em castelos medievais.

Na Faia, vai haver arte e cultura de manhã à noite, com artistas estrangeiros, sobretudo holandeses, e nacionais. A maioria dos espectáculos acontecerá ao ar livre, com a Natureza, os animais e o Mondego em pano de fundo. E as inscrições já estão abertas via Internet (www.angelfestival.com), onde se promete um festival «exuberante». Desde que se mudou para Portugal Dona Catharina só se tem dedicado à empresa agrícola que montou com o marido, especialista na área. Produzem essencialmente azeite, azeitona e cereja, que exportam para a Holanda, Suíça e Alemanha. Agora, admite que está empenhada em «começar a construir um grande festival» na Faia, «a pouco e pouco». Para começar, não quer ter mais do que umas 150 pessoas por dia, até porque a ideia «é ir criando espaços para o festival à medida que for evoluindo». Já o nome da iniciativa foi inspirado numa escultura que uma artista holandesa, amiga da família, ofereceu. É um anjo, em ferro, e tem 5,5 metros de altura por 3,3 metros de largura.

A promotora tem como referência o grande festival holandês Oerol: «Também começaram como nós, com um festival pequeno», recorda, confiando que «metade do público do Angel Festival será português e a outra metade estrangeiro». O casal espera agora que as condições climatéricas melhorem para começar a adaptar os locais necessários. Está tudo pensado. Só haverá um espaço fechado. Trata-se do curral de ovelhas, onde estão perto de 120 animais, que será transformado num pavilhão. Terá capacidade para dezenas de mesas e umas 150 pessoas, com um piano e um pequeno palco. Por cima, haverá um terraço com vista para o vale, onde será colocado também um pequeno palco. Mais acima vai aparecer o “teatro de rochas”: um teatro ao ar livre, rodeado de rochas. «E teremos também um pequeno anfiteatro que vamos fazer a partir de uma escadaria em pedra que dá para uma mina de água», revela. De resto, haverá vários terraços improvisados no meio da Natureza, onde não vão faltar cadeiras, bancos e espreguiçadeiras.

Programa quase pronto

O programa está ainda em elaboração, mas já há nomes confirmados. Na música, são esperados César Prata e Américo Rodrigues, Projecto Alba, Assobio, a soprano Evelyne Overtoom, o pianista Valentijn Steenhuis, a acordeonista Cato Fluitsma, o dj Rik Limonard e o Grupo de Fados da Guarda. No teatro, destacam-se Circolando, Tom Sligting, Michael Kamp ou William Sutton. Nas artes plásticas, há exposições, demonstrações ou projecções de Magda Giebels, Jonas Helmers, Michael Kamp, Carla Brígida e Or Kader. Estão ainda previstos “workshops” e sessões de cinema, bem como actividades para crianças. O “passaporte” custa 165 euros por pessoa, para os sete dias, mais os valores relativos ao alojamento e alimentação (várias opções). O bilhete para um dia é de 25 euros e 15 para uma noite.

A propriedade de Dona Catharina tem 33 hectares

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