Os trabalhadores das Minas da Panasqueira decidiram cancelar, em plenário realizado na passada sexta-feira, a greve que estava prevista começar nesse dia e durar até amanhã. Tudo porque os mineiros aceitaram um pré-acordo salarial alcançado entre o Sindicato Mineiro e a administração da Sojitz Beralt, empresa concessionária.
Os salários-base vão ser aumentados um por cento, com efeitos retroactivos a Janeiro, enquanto o prémio de produção também foi melhorado, sendo de cinco euros por tonelada de concentrado final de minério desde que se consigam entre 120 a 150 toneladas por mês. Essa gratificação subirá para 6,30 euros acima das 150 toneladas. Entretanto, ficou agendada para 9 de Julho uma nova reunião para reanalisar os valores do ordenado base tendo em conta as perspectivas de aumento da extracção de minério, adiantou José Maria Isidoro, delegado sindical. Os 100 trabalhadores que participaram no plenário da manhã de sexta-feira «não ficaram totalmente satisfeitos, mas aceitaram este pré-acordo», referiu. «O aumento de 1 por cento foi conseguido a muito custo, após grande discussão», num encontro entre administração e sindicato no dia 21, na delegação da Autoridade das Condições de Trabalho (ACT), na Covilhã, disse José Maria Isidoro.
No início do mês tinha ficado decidido avançar para oito dias de greve às duas primeiras horas de cada um dos três turnos nas minas. Tudo por causa do fracasso das negociações salariais, em que o sindicato reclamava mais 50 euros mensais e os responsáveis da Sojitz Beralt alegavam não poder aumentar ordenados devido a prejuízos da exploração. A 24 de Março, cerca de 90 por cento dos mineiros aderiram a uma primeira greve após ter falhado o acordo com a administração, que avisou que teria que despedir trabalhadores se fizesse aumentos. Actualmente, trabalham 320 pessoas nas minas de volfrâmio da Panasqueira, no concelho da Covilhã.
