Nuno Almeida é novamente candidato à presidência da concelhia do PS da Guarda, cujas eleições decorrem amanhã, e, desta vez, não tem opositor. Virgílio Bento, que há dois anos foi seu adversário e saiu vencedor, decidiu não se recandidatar ao lugar, mas é um dos nomes que integra a lista encabeçada pelo actual líder da bancada socialista na Assembleia Municipal.
«Houve um conjunto muito grande de militantes que me lançaram o desafio», explica Nuno Almeida, ao referir que, entre eles, se encontra o actual presidente da concelhia guardense e também vice-presidente da Câmara. «Senti um consenso muito grande à volta do meu nome e, por isso, decidi avançar», acrescenta. A lista, constituída por 52 militantes, foi entregue no último domingo, data limite para a apresentação de candidaturas. Além de Virgílio Bento, integram a candidatura Gonçalo Amaral, vereador na Câmara, José Manuel Brito, presidente da Junta de S. Vicente, António Monteirinho, que foi o candidato do PS a S. Miguel nas últimas autárquicas, Armando Reis, director do Centro de Emprego e Formação Profissional da Guarda, o ex-deputado à Assembleia da República Carlos Santos, o arquitecto António Saraiva, Marisa Santos, presidente da concelhia da JS da Guarda, e José Assunção, antigo líder da bancada do PS na Assembleia Municipal, entre outros.
Como suplentes estão nomes como os de Joaquim Valente, presidente da Câmara, o vereador Vítor Santos, José Pires Veiga, ex-director da Segurança Social da Guarda, ou Esmeraldo Carvalhinho, autarca de Manteigas. Nuno Almeida realça que a lista não é só feita de nomes sonantes do partido na Guarda: «Há também uma grande componente de juventude e a grande maioria de quem está na lista nunca foi chamada a intervir no órgão», aponta. A ideia é «preparar o PS para os desafios que se avizinham», nomeadamente as autárquicas de 2013, e «fazer a integração dos militantes que nunca foram chamados a intervir, sem que haja uma ruptura», refere. Actualmente, os mais activos estão «na casa dos 50 anos de idade, dos 30 e também dos 20, mas há pouca gente com 40», constata o candidato, para quem «há que preparar com alguma atenção a passagem para outra geração, a pensar já naquilo que serão os próximos anos».
Quanto ao candidato à Câmara da Guarda daqui a três anos, Nuno Almeida espera que possa ser Joaquim Valente. O presidente do município tem vindo a afirmar, desde 2005, que cumprirá somente um ciclo de dois mandatos, mas o socialista entende que Joaquim Valente tem «margem de manobra» para se recandidatar. «A interpretação que faço é que apresentou um programa ao eleitorado para dois mandatos», o que significa que «poderá apresentar outro e cumprir um terceiro», afirma Nuno Almeida, que diz não ter ainda abordado o assunto com o autarca. Já em relação a José Albano, Nuno Almeida considera que o presidente da Federação do PS «está a seguir o seu estilo e a cumprir, em função daquilo a que se propôs».
Por sua vez, Virgílio Bento garante que cumpriu os objectivos a que se propôs há dois anos: «Concorri para preparar e unir a concelhia da Guarda de forma a ganhar as eleições previstas. Os resultados não foram bons nas Europeias, mas foram excelentes nas legislativas e autárquicas», disse o presidente cessante da concelhia, recordando que, para a Câmara, o PS obteve em 2009 «o melhor resultado de sempre» na Guarda. No entanto, Virgílio Bento sai de costas voltadas para José Albano por o presidente da Federação socialista ter «desconsiderado o peso desta concelhia em várias ocasiões, nomeadamente na elaboração das listas para deputados à Assembleia da República».
