Depois de 10 anos a sermos pioneiros e a marcarmos tendências em termos do que são hoje as estruturas dos maiores festivais de cinema nacionais.
Depois de 10 anos a combater a ostracização por parte dos poderes públicos e da generalidade dos media nacionais (“de Lisboa”) que não conseguem ver a mais de um quilómetro de distância da capital (e o Fundão está quase a 300).
Depois de 10 anos a trazer até Portugal alguns dos nomes que marcaram o cinema e a música do final do século XX e do inicio do século XXI.
Depois de 10 anos a procurar estar permanentemente na vanguarda duma programação cultural sem cedências.
Achamos (em comum acordo com o parceiro local – a Câmara Municipal do Fundão) que é a hora de colocar a palavra “FIM” neste projecto.
Hoje em dia para nós o modelo “festival de cinema” é extremamente limitador e até caduco. A generalidade dos festivais de cinema (em Portugal e lá fora), para não dizer todos, são aborrecidos, enfadonhos e sem alma.
Fazêmo-lo numa altura em que tínhamos garantidos mais dois anos de subsídios do ICA/MC e todo o apoio da Câmara Municipal do Fundão e dos maiores sponsors para continuar com o modelo existente.
Fazêmo-lo porque achamos que é a hora e o momento de o fazer, a exemplo de tudo o que fizemos até aqui.
Com 10 edições a correrem bastante bem e a darem momentos às pessoas capazes de perdurarem para sempre no tempo, parece-nos que esta é a opção que se impõe.
Se fôssemos uma banda rock queríamos ser os Beatles ou os Smiths e não os Rolling Stones ou os U2!
Se fôssemos um escritor queríamos ser o J. D. Salinger e não o Saramago!
Se fôssemos um realizador queríamos ser o Terrence Malick ou o Charles Laughton e não o Oliveira ou o Scorsese!
O IMAGO fica por aqui!
Muito provavelmente a partir de 2011 a equipa que o produziu ao longo destes 10 anos voltará com um novo projecto muito mais ambicioso e adaptado aos tempos que correm! Um projecto que possa ser tão ou mais inovador do que foi o IMAGO em cada uma das fases por que passou. Um projecto de ambição internacional com uma marca e um rumo bem vincados. Em suma, um projecto que nos possa preencher intelectual e artisticamente.
Mas também pode ser que não oiçam mais falar de nós.
Por isso, fica desde já o nosso muito obrigado àqueles que estiveram sempre connosco de alma e coração!
A direcção do Imago, Pedro Teles Ramos e Sérgio Felizardo (Fundão)