Cerca de 90 por cento dos trabalhadores das Minas da Panasqueira, na Covilhã, aderiram à greve da passada quarta-feira, segundo o Sindicato Mineiro. A paralisação foi convocada após ter falhado o acordo com a administração da Sojitz Beralt sobre aumentos salariais.
Aquela estrutura sindical reclama um aumento de 50 euros, mas os responsáveis da empresa alega prejuízos para não poder pagar mais. Fernando Vitorino, representante da administração, revelou que as minas de volfrâmio da Panasqueira estão a acumular prejuízos desde meados de 2009, porque não conseguem produzir o que estava previsto. «Temos onde colocar o produto, o problema está em conseguir produzir mais. Estamos a investir em infraestruturas que levam tempo a explorar as zonas mais ricas da mina, o que deve acontecer a partir de Abril», declarou, lembrando que um dia de greve representa um prejuízo de 60 mil euros. «Logo que a empresa apresente lucros poderemos negociar com o sindicato. Pensamos que a partir de Junho teremos condições para dar essa alegria a toda a gente», concluiu.
Para José Maria Isidoro, delegado do Sindicato Mineiro, os números dos prejuízos apresentados são fictícios. «Uma empresa não pode apresentar milhões de euros de prejuízos consecutivamente», sublinhou, salientando que existem «condições perfeitas» para haver aumentos. «A Sojitz Beralt prepara-se para aumentar a produção de 108 para 160 toneladas, há minério, há compradores e o dólar [moeda em que é pago o minério] está a valorizar face ao euro», disse. Recentemente, a concessionária das minas anunciou que a exploração está a acumular prejuízo desde Maio de 2009, devido a uma queda de 20 por cento das vendas, e que teria que despedir trabalhadores se fizesse aumentos. Actualmente, trabalham 320 pessoas na Panasqueira.