Pedro Passos Coelho obteve uma vitória inequívoca, também no distrito da Guarda. O novo presidente do PSD venceu destacadíssimo as directas da passada sexta-feira e, por cá, arrebatou nove das 14 concelhias. Só lhe escaparam Gouveia, Sabugal e Vila Nova de Foz Côa para Paulo Rangel, enquanto José Pedro Aguiar Branco ganhou em Trancoso, como era de prever. Já Castanheira Barros conseguiu apenas um voto, obtido na Guarda.
Em Aguiar da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo e Mêda, o sucessor de Manuela Ferreira Leite foi mesmo esmagador, enquanto na Guarda ganhou com mais 36 votos que Rangel. Na contagem final, a “onda” de Pedro Passos Coelho recolheu 803 escrutínios, mais 340 que o seu principal adversário, que obteve 463 votos. António Edmundo, mandatário distrital de Passos Coelho, era um homem «muito satisfeito» com o resultado, até porque, em 2008, o candidato só conseguiu 344 votos contra Ferreira Leite. «O nosso objectivo era duplicar a votação de há dois anos, mas conseguimos muito mais», constatou, enaltecendo ainda o «alinhamento» do distrito com o vencedor destas directas. «É muito positivo para a distrital da Guarda, que não pode perder o peso que ainda tem nas estruturas nacionais», sublinhou o autarca figueirense, aludindo, nomeadamente, aos 30 delegados ao congresso. «O distrito optou por uma solução de vitória a nível nacional, o que nem sempre aconteceu nestes últimos anos», acrescentou.
Para António Edmundo, o PSD tem agora «um líder com carisma, legitimidade e força para fazer uma oposição forte ao Governo, que, por força disso, também poderá governar melhor o país. É também uma alternativa credível». Nesse sentido, não duvida que se Pedro Passos Coelho tivesse sido eleito líder do partido há dois anos «teria sido melhor candidato a primeiro-ministro que Manuela Ferreira Leite e hoje estaríamos noutra situação». Já o resultado de Paulo Rangel ficou muito aquém das expectativas dos seus apoiantes. «Não contávamos perder por uma diferença tão grande», admitiu Rui Quinaz, referindo que o eurodeputado é «uma aposta segura do partido para o futuro». No entanto, o mandatário distrital acredita que começou «um novo ciclo» no PSD: «Estas eleições demonstraram que o partido não pode mais estar dividido, situação pela qual pagou», declarou, garantindo que «a necessidade de união é sentida por todos os militantes».
O vereador na Câmara da Guarda também acredita que, doravante, a oposição ao PS vai ser «muito mais marcada e diferenciadora, é isso que o país espera». A par das eleições directas para a presidência, os sociais-democratas elegeram ainda os delegados ao congresso agendado para o segundo fim-de-semana deste mês.. Na concelhia da Guarda, a lista B, liderada por Sérgio Duarte e afecta a João Prata, foi a mais votada, tendo obtido dois lugares. Já a lista A, conotada com Ana Manso, apenas elegeu um delegado, o seu cabeça-de-lista, Júlio Santos. O mesmo acontecendo com Jorge Libânio, que encabeçou a lista C, a menos votada neste sufrágio.
Luis Martins 
