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Um Patis

Bilhete Postal

Criação da palavra País com patife. Afinal isto acaba por ser anedótico e não chega a ser sério ou credível. Pedimos ao povo que aperte o cinto, corrigimos os investimentos no que à saúde diz respeito, obrigamos a pagar taxas e aumentos de 18% de combustíveis e depois congelamos salários e reformas, descemos direitos e aumentamos o desemprego. Um processo capcioso de traduzir em ganhos directos de alguns a ineficácia dos mesmos e arrastar para um buraco profundo a maioria da população. O PS é só parte desta deriva da incompetência de quem manda. Uma incompetência de favores, de concursos mentirosos, de empregos a amigos, de indemnizações a quem errou, de justas causas a quem delapidou, de elevados salários e benefícios fiscais a poucos, com todos os outros a pagar. Pagamos luz, gás, água e muitas taxas para além dos impostos directos. E os impostos seriam um bom negócio se nos dessem transportes seguros, escolas competentes, desporto escolar, saúde eficiente, polícia sem balásios, médicos com sorrisos, justiça célere, mas sempre eficaz e justa, protecção social, verificação dos beneficiados evitando burlões e preguiçosos, justeza na atribuição de vantagens, bom gosto nas opções das cidades, enfim, adequada função ao dinheiro público. Imaginem a estrada sem fossas, os bancos sem gestores milionários, o Constâncio com um salário bom (mas não pornográfico) e os assessores fora do caminho dos quadros das instituições. Um patis porno onde garotos mamam dos dinheiros públicos e políticos nascem sem ser da forja da carreira em empresas ou instituições ou Universidades. Mas também o crime é mais perverso porque nas Universidades este costume de levar ao colo “os nossos” ofendeu mortalmente o desempenho científico. Nos Hospitais e outras Instituições ascenderam os maus exemplos, consagraram-se alguns canalhas, fez-se toponímia de alcoólicos e de salafrários. O problema nacional não é dos portugueses, mas sim de um vício de desempenho que irrompe dos esquemas urdidos por espertezas saloias como modo de se perpetuarem. Eles têm nome e rosto e eles protegem-se uns aos outros mais que as competências, mais que a visão saudável dos desempenhos. São leis de rolha que criam empresas monopolistas, que criam famílias definidoras, grupos balizadores do comportamento e dos anseios. São os medíocres que aderiram a medíocres maçonarias e agremiações religiosas donas de bancos, grupos financeiros, comandantes políticos. Os medíocres em maioria corrompem e destroem mesmo a melhor das ideias. Quem são os medíocres? Todos os incultos, as ordinárias, os genuflectidos, os dependentes, os levados ao colo, os ignorantes que fazem leis. Eles são muitos, mas não são mais de 8% de um país. Aqui, desafortunadamente, tomaram o poder entre 1974 e 1984 e golpearam os partidos e enredaram-se neles e nos seus estatutos auto financiando os seus sucessos, as suas empresas, os seus amigos. Fernando Nobre é uma luzinha que se acende.

Por: Diogo Cabrita

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