A queda do helicóptero na Serra da Estrela, em Junho do ano passado, foi originada pela «perda de controlo da aeronave, que entrou numa situação de rotação inesperada para a direita», refere o relatório final do acidente elaborado pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA).
O documento, publicado na Internet, aponta como «factores contributivos» para a queda o facto do helicóptero voar «a baixa altitude acima do terreno, a baixa velocidade de translação e com uma massa total elevada, para as condições de altitude e temperatura». Além disso, os peritos referem também «a utilização de potência muito próxima do limite máximo». Quanto ao piloto, um espanhol de 37 anos, conclui-se que «estava devidamente qualificado», recordando que era um dos pilotos instrutores da empresa «mais experientes neste género de trabalhos e havia sido escolhido propositadamente para esta missão». O relatório esclarece ainda que, quando surgiram os problemas, «o piloto não dispunha de altitude necessária para poder recuperar da situação de perda de controlo da aeronave e não conseguiu evitar a sua colisão com o solo».
Para evitar situações futuras, o GPIAA recomenda aos operadores que incluam nos seus programas de treino «uma revisão das causas e características deste fenómeno», de forma a alertar as tripulações para a necessidade da «prevenção e reacção atempada para evitar as suas consequências». A queda do helicóptero da Helisul ocorreu na encosta do Alto de S. Bento, próximo da Lagoa Comprida, e causou dois feridos graves e um ligeiro. O aparelho estava ao serviço de uma produtora alemã que recolhia imagens para um anúncio de uma marca automóvel.