A distrital da Guarda do PSD vai trabalhar «arduamente» com o novo presidente do partido que sairá das eleições directas de amanhã, promete Álvaro Amaro. Na última sexta-feira, o líder dos sociais-democratas do distrito, apoiante de Paulo Rangel, fez questão de receber Pedro Passos Coelho na sede laranja e sublinhar que, «nesta disputa eleitoral, não somos adversários».
O também autarca de Gouveia foi um dos destacados militantes e dirigentes que quiseram ouvir o candidato à presidência do PSD e até começou por esclarecer que só não esteve na sessão promovida por Aguiar-Branco na véspera, em Trancoso, porque não soube da sua vinda. Desconhecimentos à parte, Álvaro Amaro assumiu o papel de anfitrião para dizer que «o futuro presidente do PSD será certamente o próximo primeiro-ministro». Só não disse quem será o vencedor da primeira eleição. Sob o olhar de Sá Carneiro, cuja fotografia ocupa um lugar de destaque na sala da distrital, Pedro Passos Coelho pegou na deixa e disparou: «Estamos perante um Governo que perdeu toda a sua capacidade reformista», enquanto o actual chefe do Executivo está «a remendar a situação como pode e não a construir um país para o futuro», criticou. Ao contrário do PSD, que, segundo o candidato, nestas eleições é «em Portugal que estamos a pensar», pelo que o principal partido da oposição vai empenhar-se em construir «uma plataforma para oferecer um governo ao país» no pós-eleições.
«Estamos a fazer o nosso trabalho de casa e a preparar-nos para voltarmos a ser úteis a Portugal», garantiu, desvalorizando a sondagem publicada nesse dia pelo semanário “Sol” que lhe dava uma vantagem confortável sobre Paulo Rangel. «Prefiro ir à frente do que atrás, mas em eleições as coisas nunca estão decididas antes da ida às urnas», referiu. No entanto, Pedro Passos Coelho espera que os resultados «não deixem dúvidas sobre aquilo que os militantes querem para o futuro do PSD». Confrontado pelos jornalistas, o candidato declarou ainda que «não faz sentido» o actual Governo discutir o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) com Manuela Ferreira Leite, que está «de saída da presidência do PSD», mas devia fazê-lo com quem ganhar estas eleições. «O PS não quer isso, pelo que não podemos dar o nosso consenso alargado para um projecto que não foi discutido connosco», avisou.
Já quando o PEC for discutido na Assembleia da República promete decidir de acordo com «a nossa consciência»: «Enquanto partido responsável da oposição, votaremos favoravelmente o que merecer a nossa concordância, mas estaremos contra o aumento da carga fiscal», sublinhou desde logo. Neste périplo pelo distrito, Pedro Passos Coelho esteve ainda em Pinhel e em Figueira de Castelo Rodrigo, cujo presidente do município, António Edmundo, é o seu mandatário distrital.
Luis Martins