Já está em consulta pública o estudo de impacte ambiental da futura barragem de Girabolhos, cuja albufeira vai surgir na fronteira entre os municípios de Gouveia e Seia. Este aproveitamento hidroeléctrico faz parte do Plano Nacional de Barragens e deverá estar concluído no segundo semestre de 2015.
O grupo espanhol Endesa foi o único interessado na construção e exploração deste empreendimento no rio Mondego, tendo proposto pagar ao Estado cerca de 360 milhões de euros. A barragem situa-se nas proximidades da aldeia de Girabolhos, a 15 quilómetros de Seia, e será explorada pela Endesa durante 65 anos. Os promotores contam iniciar os trabalhos em 2011 e estimam que produza 355 megawatts (MW) de electricidade, à ordem de cerca de 450 gigawatts/hora (GWh), o que equivale ao consumo anual de 150 mil famílias. Na altura, Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal, sublinhou que «estes valores são cinco vezes superiores aos números de potência e produção previstos na base do concurso – 70 MW e 99 GWh – sem implicar maiores impactes ambientais».
Segundo a autarquia senense, o empreendimento vai criar «cinco mil postos de trabalho» durante o decurso dos trabalhos. Avaliada em 102 milhões de euros, a obra prevê uma área de intervenção nas freguesias de Girabolhos e Paranhos da Beira (Seia), Vila Nova de Tázem, Cativelos, Arcozelo, Ribamondego e Vila Franca da Serra (Gouveia), Fornos de Algodres, Cunha Baixa, Santiago de Cassurães, Póvoa de Cervães e Abrunhosa-a-Velha (Mangualde) e Senhorim (Nelas). A consulta pública decorre até 11 de Maio, sendo que a Endesa quer agendar um encontro com a população afectada pela construção da barragem para apresentar o projecto e esclarecer dúvidas. Nesse sentido, para melhor defender os seus interesses, as freguesias em causa vão juntar-se na Associação das Aldeias de Mondego.
