É do senso comum, pelo menos daqueles que se relacionam diariamente com a realidade da circulação rodoviária, que a Brigada de Trânsito da GNR foi extinta pelo actual governo. Contudo, as pessoas do tal senso comum não conseguem vislumbrar essa extinção, nem são capazes de perceber a fluência de tantas notícias em torno dessa matéria. Pois não, e sabem porquê? Vamos fazer uma reflexão fundamentada que ajudará a entender este enigma.
O Governo não pretendeu extinguir a força policial (BT) e, num ápice, fazê-la desaparecer como fumo, não, o Governo com a estreita conivência e deturpadas informações da Instituição Guarda Nacional Republicana, quis acabar, apenas, com a sua autonomia, com a sua cadeia de comando, com a sua orgânica e, em suma, com a sua competência que se situava anos luz mais à frente.
O mesmo Governo, com as mesmas conivências e prestações dos supracitados, também não quis fazer desaparecer a imagem daquela força, não quis cortar a talho de foice no aspecto perspicaz e eximido que a correcção e a constância daqueles homens imprimia no cidadão. O Estado e aqueles seus colaboradores também não quiseram fazer parecer que as alterações que lhe imprimiram traziam aspectos negativos e retrocessos no processo de sociabilização e socialização no mundo dos automobilizados (…).
Aconteceu, no entanto, que foi destruída a cadeia de comando, altamente competente, daquela Unidade Especial de Trânsito e todos aqueles homens, mentores das nossas estradas, passaram para a alçada dos comandos territoriais da GNR. Tentaram manter-lhes o aspecto, tentaram porque a desmotivação altamente fundamentada tem vindo a misturar a água com o vinho.
Quanto aos retrocessos, estão por aí à vista, por todo o país… e eu sei daquilo que estou a falar. No Distrito da Guarda, por exemplo, bastou nevar uma noite para que as ordens emanadas do comando territorial resultassem em escândalo e anarquia rodoviária, algo que nunca acontecia sob o comando operacional da Brigada de Trânsito. Aumentaram os acidentes, as consequências e a impunidade. É o que temos.
João Augusto Pires de Lima, carta recebida por email
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