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UBI vai testar controlo de doenças crónicas à distância

Investigação pretende validar o sistema em Portugal como uma forma mais eficiente de monitorizar um maior número de doentes

A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI) prepara-se para avançar com um projecto de telemonitorização de doenças crónicas que se destina a reduzir as deslocações dos utentes a consultas de controlo e a melhorar a recolha de dados.

O sistema, a implementar a partir de Junho, vai controlar à distância a evolução de doentes com hipertensão arterial, numa primeira fase, prevendo-se depois que seja também testado em pessoas que sofrem de diabetes ou de deficiência cardíaca. O projecto, com duração de um ano, vai envolver 50 doentes. A cada um será fornecido um pequeno aparelho de medição da pressão arterial, cujos valores serão «transmitidos através de telemóvel para uma central de recolha de dados», explica o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde, Miguel Castelo Branco. Se necessário, o sistema irá lançar até alertas, como no caso de um doente se esquecer de fazer uma medição. «O utente também recebe informação de volta, para saber como está a correr o processo, e o sistema vai recordá-lo na altura em que for necessário fazer novas medições ou tomar medicação», sublinha o também médico do hospital da Covilhã.

O projecto de investigação científica da UBI pretende validar o sistema em Portugal como uma forma mais eficiente de monitorizar um maior número de doentes. «Infelizmente, continua a haver problemas graves de controlo de doenças crónicas a nível mundial e a hipertensão é um exemplo claríssimo», constata Miguel Castelo Branco, referindo que afecta 30 por cento da população. «E sabemos que só uma pequena percentagem está controlada», acrescenta. Para o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde, «os dados mostram que temos que introduzir novas soluções para reduzir o risco de problemas graves que venham a limitar a qualidade de vida» dos doentes. «Isto não substitui a relação presencial entre a equipa de saúde e os utentes», diz ainda Miguel Castelo Branco, para quem se trata de «complementar os cuidados de saúde e facilitar a vida aos doentes».

De acordo com o médico, os 50 utentes seguidos por este sistema serão comparados com outros tantos em acompanhamento normal. Neste momento, o projecto está em fase de aquisição dos aparelhos, que serão facultados às pessoas devidamente configurados. «É uma configuração extremamente fácil, sem fios», adianta, ao explicar que «há um cartão de identificação para cada pessoa e a partir daí todo o processo é muito simples». Depois da hipertensão arterial, o sistema poderá vir a ser testado noutras doenças crónicas ainda antes de Junho de 2011. Desde que haja um número de utentes que justifique a sua implementação, o método poderá ser aplicado «a qualquer patologia em que um aparelho faça a recolha de dados que tenham utilidade clínica e possam ser enviados por telemóvel», refere o médico. Além dos ensaios, será feito um estudo de viabilidade económica do sistema, sendo que a UBI procura um parceiro de comunicações. Este projecto conta com a parceria do Instituto Austríaco de Tecnologia, que já tem investigação realizada nesta área.

A Faculdade de Ciências da Saúde vai testar o sistema em 50 doentes

UBI vai testar controlo de doenças crónicas
        à distância

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