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Boas Festas

Por estes dias, parece quase imperativo que se fale da época natalícia, que se arrasta até ao Dia de Reis, e do ano 2009 que encerramos com lampejos de esperança para 2010.

O ano que termina fica marcado pelos actos eleitorais, cheios de programas com promessas de mudanças em prol de todos, serve o exemplo do recém-reeleito presidente da Junta de Freguesia de S. Miguel da Guarda, a que pertenço, prometeu dinamizar o comércio local, apenas se esqueceu das luzinhas de Natal, das músicas que envolvem as pessoas e que servem de forte atractivo à circulação no comércio de rua, promessas que se esquecem rápido… Vamos ver como correm as já conhecidas “Janeiras”.

A credibilidade dos políticos ficou ainda marcada pelo triste espectáculo de Pinho no Parlamento, que ainda estará na memória de todos aqueles que afirmam que não se sabe estar na política. Marcou também a agenda degradada da vida política, os conhecidos casos do BCP, BPN, BPP, REN, bem como os badalados casos Freeport e “face oculta”, onde a corrupção instalada é galardoada por uma justiça que não funciona, tudo a fazer recear ocorrências ainda mais graves.

A crise foi a palavra de ordem deste ano, mas a face mais negra foi e é o flagelo do desemprego, cujos números revelaram ao longo do ano que nunca tantos guardenses estiveram fora do mercado de trabalho, verdades marcadas pelo encerramento de algumas empresas. Não obstante, é de salientar o forte empenho de alguns dos empresários da nossa região em contrariar a crise. Haja coragem e determinação.

No contexto internacional saibamos interpretar os indícios dos dois maiores acontecimentos encerrados neste final de ano: O Tratado de Lisboa e a Cimeira de Copenhaga, onde, ao final de 13 dias de negociações, não se conseguiu interpretar que a inestimável protecção da natureza, da qual está refém a nossa própria sobrevivência como espécie, afinal tem um preço, dependendo dos hemisférios do desenvolvimento económico e dos meridianos dos interesses geoenergéticos em que cada estado se situa. Afinal, foi uma derrota, sem compromisso legal, especialmente para a União Europeia.

O ano de 2010 é já expectante com o anunciado aumento do SMN para 475€, valor que fica bastante desajustado do aumento da luz para 2,9%. É pena que a nossa região, caracterizada pelo frio, não tenha medidas proteccionistas para estas situações. Não obstante, também temos evidenciado alguma falta de preparação rápida e eficaz para fazer frente aos episódios em que o frio transforma a Guarda numa cidade ainda mais bonita, mas apenas na fotografia, pois fica infernal na circulação. Até parece que não conhecemos o nosso clima e relevo, que exige diferentes intervenções. Ao menos, saibamos vender o frio!!!!!

Salva-se a firmeza do CDS-PP com a elaboração do diploma que adia a entrada em vigor do Código Contributivo permitindo travar um aumento de impostos, bastante penalizador para pequenos e médios comerciantes, agricultores, empresários e todos os trabalhadores. O nosso caminho de Futuro na região irá pautar-se pelos investimentos que soubermos aproveitar dos programas do QREN, em especial ao nível da educação, da formação académica e profissional do nosso capital humano, pelo que se torna vital pensar e desenvolver estratégias neste sentido. Por último, 2010 deverá pautar-se pela iniciativa coesa e prospectiva de arranque da PLIE, juntando esforços de todos os responsáveis políticos, locais e nacionais, com estratégicas defensivas de uma região que se tem caracterizado por uma inoperância construtiva. Acabem-se com as quintinhas partidárias, apele-se a nós, aos de cá, permitindo que possam por cá continuar, viver e investir para podermos crescer.

Bom ano a todos.

Por: Cláudia Teixeira

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