Ano novo, novos aumentos. Apesar de até nem se preverem subidas nas prestações das casas ou nos transportes públicos nos próximos meses e dos preços de bens como o pão e o leite se manterem inalterados, 2010 não foge à regra. Certo é o agravamento da conta da electricidade já em Janeiro, na ordem dos 2,9 por cento, o que significa que os consumidores vão pagar mais um euro para uma factura média de 40. No caso dos guardenses, também a água fica mais cara este ano.
Enquanto que as restantes autarquias da região parecem estar ainda a estudar as tarifas a praticar em 2010 e à espera do que vai acontecer este mês na Assembleia-Geral da Águas do Zêzere e Côa (AdZC) – onde se discutirá valores para a água e taxas de saneamento –, a da Guarda já se decidiu por um aumento médio de cerca de três por cento, variando os valores consoante os escalões. Ainda assim, o administrador dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), Vítor Santos, estima que 61 por cento dos consumidores vão pagar, na prática, «só mais um cêntimo por metro cúbico», por estarem abrangidos pelas tarifas sociais (até aos 15 metros cúbicos). As alterações serão, à partida, mais sentidas pelos empresários, que passam a pagar mais cinco cêntimos por metro cúbico.
«Não sei se o preço da água vai ou não subir e nada será decidido antes da reunião com a Águas de Portugal», afirma um dos autarcas contactados por O INTERIOR, Baptista Ribeiro. O presidente da Câmara de Almeida diz que, para já, tem apenas uma certeza: «Há um desfasamento de elevado montante entre aquilo que é pago à AdZC e o que é cobrado aos munícipes», refere. Para 2010, não estão previstos até agora aumentos nas taxas e impostos municipais em Almeida, com a actual conjuntura económico-financeira a ter sido «determinante para que a Câmara continue a suspender este ano a Derrama, fixe o IMI nos valores mais baixos e continue com a política de devolução de 3 por cento do IRS», explica o edil. No caso da Covilhã, por exemplo, o mesmo motivo levou a Câmara a baixar a Derrama, embora em apenas um ponto percentual.
Manteigas estuda possível redução
Em matéria de água, também na Mêda parece estar tudo ainda em aberto. Neste município, «em princípio, vão continuar os mesmos preços», estima Armando Carneiro, que explica que «ainda se estão a estudar as taxas a praticar». Já no concelho do Sabugal, António Robalo assegura que não haverá quaisquer alterações na factura da água pelo menos neste primeiro trimestre, admitindo porém, sem adiantar pormenores, que «há que fazer uma alteração nas tarifas em Abril». Entre os autarcas ouvidos por O INTERIOR, a excepção no que respeita ao preço da água parece estar em Manteigas, onde Esmeraldo Carvalhinho diz não só não prever aumentos, como adianta que está «a estudar a possibilidade de baixar as tarifas» em vigor, cuja última actualização foi feita em 2008 – altura em que os novos preços da água e a introdução da taxa de saneamento levaram a que os valores das facturas tivessem duplicado.
Para o autarca de Manteigas, as Câmaras têm que assumir um «papel social» em época de crise, fazendo «uma ginástica económico-financeira para aliviar a carga fiscal» aos munícipes. «Há que reduzir as despesas correntes», aponta o autarca. No que toca a preços de outros serviços e bens, como o gás ou os transportes públicos urbanos e suburbanos, é certo que manterão os mesmos valores até Julho, mês em que habitualmente são revistos. Andar de táxi também não vai ficar mais caro, permanecendo a bandeirada nos dois euros. Já relativamente às prestações das casas, tudo indica que as taxas Euribor aumentarão gradualmente ao longo do ano. As rendas, essas, não sobem.