Pior que a mentira são as meias verdades. Um Presidente de Câmara deveria saber distinguir dívida de curto e longo prazo e dentro da dívida de curto prazo o montante que diz respeito a despesas correntes e despesas de investimento.
A Câmara de Manteigas, no fim do mandato, apresenta cerca de 100.000€ de dívida de despesas correntes e cerca de 1.200 mil de despesas de investimento (só o relvamento do estádio de futebol significa um terço desta dívida e está coberto em 75% por candidatura e o restante por empréstimo ainda não utilizado). O serviço da dívida de longo prazo representa 3 a 4% da despesa anual. Saliente-se que no momento em que se apurou a dívida não houve a gentileza ou a honestidade de se informar sobre os créditos apurados: 2.934.397,98€. Num momento em que a maioria das autarquias atingiu os limites de endividamento, que as impede de recorrer a fundos comunitários e por isso luta pela alteração da contestada Lei das Finanças Locais,a autarquia de Manteigas continua muito longe dos limites de endividamento, o prazo médio de pagamento aos fornecedores é de 60 dias.
Só por ignorância ou má fé se poderá invocar a má situação financeira da Câmara de Manteigas para justificar quaisquer incumprimentos futuros. Doutra forma seria completamente irresponsável ter sido apresentado e aprovado um orçamento para 2010 que ultrapassa os 12 milhões de euros, sabendo-se que as receitas próprias da autarquia representam 4% do total das receitas. Gato escondido com o rabo de fora, não é?
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José Manuel Saraiva Cardoso, carta recebida por e-mail