A água vai aumentar cerca de três por cento no próximo ano na Guarda. As novas tarifas já foram aprovadas pela autarquia, mas com os votos contra dos dois vereadores do PSD, para quem esta subida é «muito excessiva».
«Estamos a pagar a água muito cara na Guarda. Nos últimos quatro anos, ela aumentou 47 por cento, pelo que a situação é insustentável», denuncia Rui Quinaz. Pelas suas contas, o social-democrata adianta que o aumento chega a ser de sete por cento nalguns escalões, enquanto as empresas terão um agravamento da factura de cerca de 4,4 por cento. «São aumentos excessivos, até tendo em conta a situação do país, onde a subida esperada da inflação é de zero por cento e o próprio Estado prevê, no coeficiente de actualização das rendas, aumentos de zero por cento. No caso da Guarda, estas tarifas significam maior sacrifício das famílias e dos munícipes», critica. De resto, Rui Quinaz desconfia que esta nova subida das tarifas também se destine «a aumentar as receitas para tentar equilibrar a situação da Câmara». Para Vítor Santos, administrador dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), a realidade é outra: «61 por cento dos consumidores só vão pagar mais um cêntimo por metro cúbico», afirma.
Isto, ao abrigo das tarifas sociais, que no próximo ano também vão abranger famílias carenciadas que gastem até 15 metros cúbicos de água. «Já quem consome acima dos 20 metros cúbicos sentirá mais estes aumentos», admitiu, acrescentando que as empresas pagarão mais cinco cêntimos por metro cúbico. «Os parâmetros do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR) e do Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais (POCAL) obrigam-nos a que os custos inerentes à exploração dos custos fixos dos SMAS sejam suportados pelo consumidor final. Mas não foi esse o nosso critério», adiantou Vítor Santos, que avisa que os SMAS estão «a atingir o limite dos benefícios sociais», de que usufruem já 14 mil dos 23 mil consumidores existentes no concelho. Segundo o vereador, a dependência financeira dos SMAS relativamente à Câmara «baixou de 1,5 milhões de euros para 900 mil».