Já lhe chamaram “Nova Economia” e os economistas não gostaram!
Concordemos que dizia muito pouco sobre esta era da “revolução digital”.
A actividade económica corre hoje em bits. Os serviços desmaterializaram-se e cada um de nós contribui directamente para essa massa informativa.
O contacto passou a operar-se por mail, e isso possibilita que os trabalhadores possam desenvolver a sua actividade a partir do ponto que mais lhes convier.
A substituição dos Edifícios-Sede em endereços WEB veio decompor e desmaterializar as organizações.
Nenhum de nós saberá localizar geograficamente o Plano Tecnológico, a Nespresso ou a Brother mas o endereço web ocorre-nos instantaneamente se delas necessitarmos.
Este processo traz uma renovada competitividade aos territórios que reúnem melhores condições de vida, permitindo a estes um reposicionamento estratégico para a angariação de empreendedores e de recursos humanos qualificados. É uma realidade para o qual o marketing territorial não estava desperto devido ao foco na temática do turismo.
A atractividade de um território deve sem dúvida ser capitalizada, mas a aposta numa actividade sazonal, extremamente exigente em termos de organização do produto, tem apresentado resultados pouco entusiasmantes. Ao invés, os territórios de baixa densidade possuem o potencial ideal para competir no distinto mercado do trabalho global: Investindo em tecnologias da comunicação de excelência podem cativar novos residentes, isto é, uma aposta na sustentabilidade dos territórios.
O perfil das famílias dispostas a migrarem para territórios de baixa densidade são altamente desejáveis. Pelos hábitos de consumo, pelas dinâmicas e ritmos de desempenho profissional, pela cultura de cidadania.
A economia evolui a grande velocidade. Só há uma forma de a acompanhar, é sermos actores desta economia cada vez mais colaborativa.
A internet passa a concentrar as transacções que permitem o desenvolvimento das empresas: troca de ideias, serviços, fornecedores, clientes e pagamentos.
O posicionamento dos territórios de baixa densidade face à oportunidade de repovoamento será crucial: é possível querer mais do que turismo, é possível captar novos residentes e inverter um ciclo de despovoamento que só não afecta as grandes cidades. Este é um cenário emergente. Apenas para territórios mobilizados.
Por: Frederico Lucas *
*co-autor do projecto Novos Povoadores
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