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Eleitos do PS não tomam posse em Ribamondego

Socialistas queixam-se do Tribunal Constitucional não ter analisado o recurso apresentado

As eleições para a Junta de Freguesia de Ribamondego, no concelho de Gouveia, continuam a dar que falar. Depois de se ter verificado um empate a 11 de Outubro e posteriormente o PSD ter ganho por 125 contra 119, o que motivou um pedido de impugnação, os socialistas informam agora que não vão tomar posse.

Em comunicado enviado às redacções, a candidatura do PS a Ribamondego, que foi encabeçada por Eduardo Viegas, explicam que «tomámos esta decisão por respeito por nós próprios e por todos os ribamondeguenses, em nome da dignidade, da transparência e da verdade, que são valores fundamentais em democracia», salientam. Falando em «episódios degradantes que marcaram a campanha e os actos eleitorais subsequentes», consideram que o dia 25 de Outubro, data da repetição das eleições, «há-de para sempre ser recordado como o dia da vergonha nestes 35 anos que levamos de democracia». Acusam a mesa eleitoral de ter «violado sistematicamente a Lei no voto acompanhado, porquanto não procurou indagar junto desses eleitores duas premissas legais e essenciais: saber se o eleitor está consciente do acto que vai praticar e se o acompanhante é da sua confiança pessoal». «Sabendo que estava a violar a Lei, a maioria da Mesa recusou reiteradamente todos os protestos que o Delegado do PS e, até, membros da própria Mesa foram apresentando no decurso da votação», reforçam. «Por alguma razão, e caso único em todo o concelho de Gouveia, a Assembleia de Apuramento Geral fez remeter cópia da sua Acta para o Ministério Público».

Lamentam também que o Tribunal Constitucional não tenha apreciado o recurso interposto por «ter entrado alguns minutos fora da hora de expediente», daí não ter «chegado a apreciar os fundamentos do nosso protesto e da justeza da nossa pretensão».

Os socialistas estão «certos que o povo de Ribamondego compreende o nosso estado de alma e a nossa atitude», considerando que «tomar posse era o mesmo que pactuar com a imoralidade e caucionar uma Junta de Freguesia que, na verdade, perdeu as eleições no voto livre e na escolha consciente da maioria dos ribamondeguenses e só as “ganhou” pelos expedientes já denunciados».

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