António Robalo, o único presidente de Câmara da região que vai governar sem maioria absoluta, não equaciona estabelecer acordo com nenhum dos dois partidos da oposição, «pelo menos para já». «É tempo de cada um despir a camisola que usou na campanha», apelou o autarca durante a cerimónia de tomada de posse, na última sexta-feira, mostrando-se convicto de que os grandes projectos vão conseguir reunir consenso.
O social-democrata, que sucede a Manuel Rito – de quem foi vereador –, considerou que «chegou a altura de dar as mãos e colocar os interesses do Sabugal acima de tudo», referindo estar disponível para «um diálogo com todas as forças políticas». Para António Robalo, o novo figurino do executivo – com três elementos do PSD, três do PS e um do MPT – vai incutir «uma maior responsabilidade» na oposição, pelo que entende que a execução do seu programa não será colocada em causa.
Salientando que este mandato irá assentar na continuidade do que foi feito nos últimos quatro anos, o autarca destacou projectos como o Parque Termal do Cró, a ligação à A23 ou o parque de campismo. O combate «ao drama da fuga da juventude por falta de emprego» foi apontado com uma das prioridades, numa estratégia que passa pela captação de investimento e pela requalificação das aldeias.
«Até ao momento, não tive qualquer conversa com vista a um entendimento» com o PS ou o MPT, afirmou o edil aos jornalistas, ao explicar que pretende «fazer primeiro uma análise daquilo que será o comportamento da oposição». «É evidente que não deixarei de levar por diante, até onde for possível, os projectos em que acredito», frisou António Robalo, constatando que «muita da capacidade financeira está afecta a projectos que estão já aprovados, com os compromissos a terem que ser cumpridos», o que significa que não poderá haver recuos. Relativamente as novos projectos, António Robalo antevê que serão «conciliadores»: «Por exemplo, ninguém põe em causa que é preciso construir dois novos centros escolares», indicou.
Na cerimónia, a única ausência foi a de António Dionísio, que encabeçou a candidatura do PS, e que deverá tomar posse na primeira reunião do executivo camarário, o que motivou críticas por parte do novo presidente da Câmara. «Acho que as pessoas de devem mostrar, aparecendo diante da população», disse. Para além de António Robalo, foram empossados Delfina Leal e Ernesto Cruz, pelo PSD, e Luís Sanches e Sandra Fortuna, pelo PS – em substituição de Fernanda Esteves e Manuel Barros, em segundo e quarto lugares da lista socialista, respectivamente, que optaram por presidir às Juntas de Sortelha e Rebolosa. Já pelo MPT, tomou posse Joaquim Ricardo, que adiantou que irá «colocar o interesse do concelho acima de tudo», descartando uma «disciplina de voto». Quanto ao presidente da mesa da Assembleia Municipal, trata-se do socialista Ramiro Matos.