Arquivo

Bispo pede «medidas concretas» ao Governo no caso da Delphi

D. Manuel avisa que alguns dos 500 dispensados até Março de 2010 «não vão ser opção para outras empresas» por causa da sua idade

O Bispo da Guarda considera que o Governo já devia, «pelo menos», ter dado indicação de um conjunto de medidas que permitisse superar a crise da Delphi da Guarda. «Ela não pára nos 500 que vão ficar sem emprego. Vai continuar porque, se não pomos cobro à situação, as empresas vão desactivando uma a uma e não vem nenhuma ocupar o lugar delas», alertou D. Manuel Felício.

No final da semana passada, o prelado alertou para o facto do Governo tardar a anunciar «medidas concretas» para apoiar os futuros desempregados da Delphi na criação do próprio emprego. Na sua opinião, alguns dos 500 dispensados até Março de 2010 «não vão ser opção para outras empresas porque têm uma idade avançada», daí que seja necessário ajudá-los, «porventura a fabricarem emprego para si próprios e para mais alguém». D. Manuel lembra que «há instrumentos em que temos ouvido falar, nomeadamente dizendo que todos os cidadãos têm direito ao crédito. É bom dizê-lo, mas é preciso pô-lo em prática», afirmou. E prosseguiu, aludindo ao microcrédito cujos instrumentos legais que regulamentam este tipo de financiamento tardam em ser aplicados. «Precisamos de gente no terreno que nos ensine a recorrer às suas funcionalidades», acrescentou.

Recorde-se que a multinacional-norte-americana anunciou há 15 dias que vai despedir 300 pessoas até 31 de Dezembro e mais 200 até ao final do primeiro trimestre de 2010. Os primeiros trabalhadores afectados integram actualmente as linhas de produção de cablagens para as marcas Renault, Opel e Fiat, que vão terminar até ao final do ano na fábrica da Guarda. A decisão foi comunicada na semana passada num plenário em que participaram cerca de 600 operários e os três sindicatos mais representativos na unidade, tendo ainda sido especificado que esta primeira vaga do despedimento colectivo previsto vai abranger 277 operadores especializados, 12 operadores de logística, um verificador de qualidade, seis chefes de equipa, um encarregado e três técnicos. Entretanto, Francisco Assis, deputado do PS eleito pelo círculo da Guarda e líder da bancada socialista no Parlamento, revelou que vai reunir «o mais rapidamente possível» com o novo ministro da Economia, Vieira da Silva, para tentar resolver a situação dos futuros desempregados da Delphi.

Bispo pede «medidas concretas» ao Governo no
        caso da Delphi

Sobre o autor

Leave a Reply