O Departamento de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Judiciária (PJ) da Guarda concluiu um inquérito sobre um homicídio qualificado ocorrido em Manteigas, em 2005, no qual revela que uma mulher assassinou «barbaramente» o próprio marido, dentro de casa.
O caso remonta a 24 de Setembro daquele ano, altura em que a vítima, Luís Leitão, de 55 ano, foi dado como desaparecido. De acordo com a PJ da Guarda, Luís Leitão e a mulher, de 58 anos, «viviam separadamente, em andares diferentes e autónomos do mesmo edifício», apesar de casados, sendo que decorria o processo de divórcio. Exploravam, em conjunto, um bar-restaurante na Senhora dos Verdes, o “Glaciar”. O corpo, bem como a arma do crime, ainda não foram encontrados e a suspeita «limpou toda a habitação», mas a PJ diz ter recolhido elementos de prova que indiciam que o homicídio foi cometido no interior da casa de ambos, baseados em vestígios de sangue. Os investigadores «recorreram a uma série de exames», tendo usado «avançadas técnicas forenses» ao dispor do Laboratório de Polícia Científica da PJ, explica o coordenador do DIC da Guarda, Artur Vaz. A mulher utilizou «um instrumento contundente ou corta-contundente» para matar o marido, concluiu a investigação.
«Embora inicialmente a investigação tenha surgido como desaparecimento, depressa evoluiu para a qualidade de homicídio», afirma aquele responsável, referindo que «tudo indica que o crime foi cometido devido a desentendimentos entre eles». Na base das desavenças estará a infidelidade da mulher, sendo que Luís Leitão a terá encontrado com o amante, em casa, dias antes. Na altura, a vítima terá sido agredida com um ferro de engomar pela mulher, na sequência de uma discussão, o que levou Luís Leitão a apresentar queixa na GNR. Nessa noite, pernoitou em cada do irmão e da cunhada. No dia seguinte, voltou para a sua casa e por lá ficou, com a mulher. Foram o irmão e a cunhada que comunicaram o desaparecimento do homem à GNR, cinco dias depois de ter sido visto, pela última vez, à porta da sua moradia. O caso foi entregue à PJ, que ainda chegou a deter a presumível autora do crime ao fim de alguns meses, tendo sido entretanto libertada. O inquérito seguiu agora para o Ministério Público, organismo competente para acusar formalmente a suspeita.