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Vida de grupo, aventura e final antecipado

Rota Ibérica 2009 foi em Julho

Vínhamos de todas as partes da Península Ibérica e Marrocos, vindos de localidades perdidas no mapa, mas, no dia 5 de Julho, tínhamos todos como destino a cidade de Salamanca e a Rota Ibérica Caja Duero 2009 – Rumo às Montanhas do Rif.

Cada um de nós representava a sua escola, éramos todos alunos do Ensino Secundário, nascidos em 1992 e 1993. Um mar de 150 jovens, envergando t-shirts azuis rutibéricas. Cerca de 100 espanhóis, 15 marroquinos e 45 portugueses, dos quais 2 pertencíamos a esta escola.

O objectivo era seguir as passadas dos mouros ibéricos, constatar a presença muçulmana na Península e, claro, alcançar as montanhas do Rif, seguindo as passadas do viajante Ibn Batuta, tão falado na nossa viagem. Tudo isto para a gravação de um documentário, do qual nós faríamos parte.

O processo de selecção dos participantes foi feito, principalmente, através de trabalhos (pesquisas, narrativas, B.D.’s, etc.) criados pelos candidatos, sobre temáticas muçulmanas. Mas em Portugal, devido à falta de divulgação, para se preencherem todas as vagas, seleccionaram-nos a nível escolar através de variados processos.

Apesar de representarmos 3 países tão próximos, as diferenças entre nós eram óbvias, desde a religião, à língua (o espanhol, o português, o francês, o berbere e o árabe), a gastronomia, a música, presença constante durante a viagem, até às nacionalidades (portuguesa, espanhola, marroquina, peruana e até ucraniana), que originaram episódios caricatos na chegada a Tanger, mas o espírito de companheirismo ajudou-nos a ultrapassar todas as diferenças.

Valeu a pena, mesmo com as caminhadas diárias de dezenas de quilómetros, o calor, os dias a levantarmo-nos ainda de madrugada e a falta de condições com que por vezes nos deparávamos… Durante 13 dias, nada nos impediu de visitar Salamanca, Madrid, Toledo, Córdoba, Granada, Tarifa, Tanger, Asilah, El Rif, Chauen e Sevilha. Porém, no dia em que devíamos entrar em Portugal, foram detectados casos de Gripe A, o que nos levou a um regresso forçado, sob vigilância médica como precaução.

No fim, faltaram-nos 5 dias de Rota, mas as amizades criadas permanecerão. Foi uma experiência única e inesquecível. E tal como me disseram por lá: «Nem o ar, nem água, nem o fogo têm fronteiras; nós também não.»

Sofia Carvalhinho N.º21 11ºD

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