As rotundas que apresentam “obstáculos” que afectem a visibilidade dos automobilistas, como são os casos da do “G”, na Guarda, ou a do Hotel Turismo na Covilhã poderão vir a ser requalificadas. O Manual de Dimensionamento de Rotundas, um documento elaborado pela Universidade de Coimbra (UC) e pela Estradas de Portugal (EP), deverá ser editado antes do final do ano pelo Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias.
Este tipo de rotundas que tenham esculturas e outros obstáculos que prejudicam a visibilidade e, por vezes, estão na origem de acidentes vão ter novas regras. Na Covilhã, quem passa junto ao Hotel Turismo, depara-se com uma rotunda “equipada” com três árvores de dimensão razoável, para além de outro tipo de vegetação. Por outro lado, é praticamente possível fazê-la sem sequer curvar o volante, o que leva a que os automobilistas mais afoitos possam continuar com a mesma velocidade. Já na Guarda, quem quer entrar na cidade, proveniente da Estrada Nacional 18, depara-se com uma rotunda de grandes dimensões de forte inclinação e com o enorme monumento em forma de “G”. Segundo o jornal “Sol”, defeitos de concepção desta natureza vão passar a ser proibidos em todos os projectos de novas rotundas da rede rodoviária, assim que entrarem em vigor as novas regras consagradas no Manual de Dimensionamento de Rotundas.
«Para evitar despistes e derrube de carga dos pesados, a inclinação não deve exceder os cinco por cento em meio urbano e os três em espaço inter-urbano», disse ao semanário Ana Bastos, autora do manual. A investigadora salientou ainda que «os condutores devem ser induzidos a reduzir a velocidade», devendo ser «fixado um grau de curvatura mínimo para evitar que entrem completamente a direito». De resto, elementos como estátuas, árvores ou fontes deverão ser excluídos, uma vez que afectam a normal visibilidade dos automobilistas. Um erro recorrente é a adopção de soluções de grandes dimensões, estando cientificamente comprovado que as rotundas maiores estão associadas a uma maior frequência e gravidade dos acidentes. O INTERIOR tentou ouvir Luís Soares, técnico superior da Câmara da Guarda responsável pelas obras rodoviárias, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição.
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