No âmbito da operação “Reino Adiado”, a Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) procedeu à detenção de um indivíduo belga, de 38 anos de idade, que se auto-intitulava “Príncipe da Transilvânia”, por suspeita da prática de vários crimes de burla qualificada, falsificação de duas garantias bancárias no montante de 170 milhões de euros, branqueamento de capitais e associação criminosa.
O detido foi presente ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) para interrogatório judicial, tendo sido decretada a sua prisão preventiva pelo Tribunal Central de Instrução Criminal. A operação permitiu ainda constituir arguido um cidadão português e a identificação de dois espanhóis. A investigação, que remonta a 2006, iniciou-se após denúncia de duas entidades bancárias nacionais, por factos idênticos aos agora praticados, aquando da tentativa de ali serem negociadas duas garantias nos montantes de 500 milhões de euros e de 60 mil euros, respectivamente. No âmbito da mesma investigação, já em Fevereiro deste ano fora detido outro cidadão belga, co-arguido do “Príncipe”, o qual ficou em prisão preventiva. O esquema delituoso arquitectado pelos arguidos, de forma a sustentar a emissão das garantias bancárias, passava pela implementação em Portugal de uma fábrica de construção aeronáutica, inicialmente em Évora e depois em Arraiolos, Covilhã e, finalmente, em Ponte-de-Sôr.