Depois da confusão com os candidatos às Juntas de S. Pedro do Jarmelo, Vila Soeiro e Aldeia Viçosa, há mais uma polémica relacionada com os apoios que Crespo de Carvalho diz ter conseguido para a sua candidatura à Câmara da Guarda. Desta vez, o nome envolvido é o de Lurdes Saavedra, que o candidato independente apoiado pelo PSD anunciou na passada segunda-feira ter «aderido ao projecto». A actual vereadora do Ambiente e Turismo, eleita na lista de Joaquim Valente há quatro anos, nega.
Numa conferência de imprensa que serviu para apresentar a versão final do seu manifesto eleitoral, Crespo de Carvalho aproveitou para anunciar que o projecto “A Guarda quer” teve «recentemente a adesão de Lurdes Saavedra», que o fez «voluntariamente». O candidato considerou que este alegado apoio da vereadora, que teve conhecidas divergências com o resto do executivo camarário, constitui «um claro sinal de descrença num projecto de que ela própria foi portadora no PS». Além disso, demonstra que o PS «não tem hoje mais condições para atrair votos, mesmo de gente que na área do PS achou, em 2005, que Joaquim Valente conseguiria levar a Guarda ao desenvolvimento», acrescentou. Partindo dos exemplos de Joaquim Canotilho (CDS), António Ferreira (CDU) e também de Lurdes Saavedra (PS), o candidato apelou ao «voto útil» no PSD por parte dos descontentes com a governação socialista na Guarda e ainda de todos os que nas legislativas votaram CDS e BE, visto que, «infelizmente, de nada serviu» escolherem aqueles partidos.
«Não tenho ainda sequer opinião formada sobre o projecto de Crespo de Carvalho», reagiu Lurdes Saavedra em declarações a O INTERIOR, revelando que só nesta fase de campanha o pretende vir a conhecer, assim como aos dos restantes candidatos. A vereadora esclarece que apoia a candidatura do PSD à Junta de S. Vicente, freguesia onde vota, por conhecer Paulo Sanches «há muito tempo», bem como os restantes candidatos. Lurdes Saavedra diz que esteve no anúncio da sua candidatura àquela Junta, mas que tal não significa que está com Crespo de Carvalho. «Terá tomado a árvore pela floresta», ilustra, considerando ser esta a «única explicação» para que o candidato tenha anunciado publicamente que o apoia. «O que ele pretenderia talvez ter dito é que apoio uma parte do projecto, a que diz respeito à candidatura de Paulo Sanches», refere.
Polémica à parte, Crespo de Carvalho destacou, no que toca à análise aos resultados das legislativas, que «o mapa muito rosa das freguesias do concelho passou a ter 17 freguesias já com o PSD como primeira força política». Para o candidato, os dados do sufrágio do passado domingo deixam antever que, sendo o PSD «tradicionalmente forte» na área autárquica, «há objectivamente condições para ganhar a Guarda». Quanto ao programa eleitoral, Crespo de Carvalho apresentou três novidades: um conjunto de «exigências ao Governo», a requalificação do parque industrial e a sua privatização e ainda a realização de um plano de dinamização das Aldeias Históricas. Relativamente às «exigências ao Governo», são 26, divididas em sete áreas, entre a privatização da PLIE, a rede de escolas bioclimáticas ou a redução do IVA no interior, entre outras. O documento tem ainda quatro pressupostos, que são a construção do hospital, a manutenção da maternidade, a concretização do IP2 e a renovação da Linha da Beira Baixa.