PS e PSD protagonizaram um empate técnico nas legislativas de domingo no distrito da Guarda, mas foram os socialistas que ganharam com mais 406 votos que os sociais-democratas.
Uma curta diferença que representa menos 0,5 pontos percentuais nas contas dos candidatos “laranja”, já que o PS obteve 35,9 por cento dos escrutínios, enquanto o PSD ficou-se pelos 35,5 por cento. A abstenção (41,6 por cento) foi superior à média nacional. Como seria de esperar, ambos os partidos elegeram dois deputados cada, dos quatro a que o círculo da Guarda tem direito na Assembleia da República. No entanto, a noite de domingo também deixa amargos de boca aos socialistas, que nestas legislativas perderam 10.368 votos comparativamente a 2005, quando venceu as eleições com 47.193 sufrágios. O PSD subiu, mas pouco, registando apenas mais 1.411 votos que há quatro anos, quando o partido se apresentou ao eleitoral fragilizado pela governação de Santana Lopes.
Segundo os dados oficiais, a maioria esmagadora dos votos perdidos pelo PS transitou para o CDS e o Bloco de Esquerda (BE), que registaram subidas fulgurantes no passado domingo. Nestas legislativas, a terceira força política é o CDS, que conseguiu 11,1 por cento, à frente do (7,5) e da CDU (3,2). Como nos velhos tempos, os centristas voltaram a ultrapassar a barreira dos 10 mil eleitores, tendo conseguido 11.433 votos. Ou seja, mais 4.424 que em 2005, num claro sinal de capitalização do voto de protesto contra o Governo PS e de desconfiança relativamente ao PSD de Manuela Ferreira Leite. É uma das maiores subidas destas eleições. A outra – verdadeiramente meteórica – foi protagonizada pelo Bloco, que duplicou a votação de 2005, com 7.730 votos. Nas legislativas anteriores os bloquistas tinham obtido 3.439 escrutínios.
Quem também subiu foi a CDU. Contrariando a tendência nacional, no distrito da Guarda a Coligação Democrática Unitária aumentou a votação relativamente a 2005, com mais 400 votos. Há quatro anos o resultado foi de 2.958 votos, por isso, a coligação formada pelo PCP e o partido “Os Verdes” também é uma das forças vencedoras no distrito graças aos 3.358 sufrágios saídos das urnas. A nível dos “pequenos” partidos, o destaque vai para o MRPP que foi, de longe, o mais votado, com 1,07 por cento dos votos. A noite de domingo determinou também que não há deputados repetentes eleitos pelo círculo da Guarda. Francisco Assis e José Albano Marques (PS), Carlos Peixoto e João Prata (PSD) são os novos representantes do distrito na Assembleia da República saída destas legislativas.