Paulo Portas escolheu a Guarda para falar de segurança e, após visitar as instalações da PSP e da GNR, na segunda-feira, defendeu mais investimento nas infraestruturas policiais. «Se vissem como trabalha a PSP da Guarda, sem nenhumas condições, ou como trabalha a GNR, em instalações completamente desadequadas, percebem que em vez de andarmos a falar em grandes obras – que são muitas vezes miragens – devíamos apostar no pequeno e médio investimento na área da segurança», disse o líder do CDS.
O presidente dos centristas sublinhou que são estas obras que «fazem a diferença», considerando que se «discute tanto o investimento público sempre a propósito do novo aeroporto, da terceira ponte ou do TGV e esquece-se que o mais necessário é um investimento de proximidade». Logo pela manhã, Paulo Portas fez-se acompanhar neste périplo por João Caramelo, candidato do CDS pelo distrito, e vários dirigentes locais, tendo visitado a sede do comando territorial da Guarda da GNR e a esquadra da PSP – onde os jornalistas não puderam entrar por ordens da Direcção Nacional. Recorde-se que está previsto a GNR mudar-se para a zona do parque industrial, num projecto que continua em apreciação no Ministério da Administração Interna. Para a PSP é que parece não haver ainda solução à vista.
Antes de rumar a Fornos de Algodres e Seia, Paulo Portas constatou que é «o único líder partidário que, para além de visitar escolas, hospitais e fábricas, também vai aos quartéis da GNR e às esquadras da PSP». E garantiu que o CDS é «um partido confiável» em matéria de segurança, ao contrário dos adversários: «O PS falhou, o PSD é hesitante e a CDU e o Bloco de Esquerda não conseguem encarar o problema da autoridade da polícia», alegou, defendendo que o próximo ministro da Administração Interna deve ter «força, peso e autoridade» para motivar os agentes, além de «poder ter superintendência sobre a revisão imediata das leis penais». Para o centrista, trata-se de «acabar com o sentimento de impunidade» que diz vigorar actualmente em Portugal. «Há mesmo uma cultura que temos que ultrapassar definitivamente, que é a de, perante um crime, desculpabilizar o criminoso, culpabilizar a sociedade e ignorar as vítimas. Sou radicalmente contra isso», avisou.
Paulo Portas lembrou também que foi o actual Governo de José Sócrates que, em 2007, anunciou o cancelamento das admissões na PSP e GNR, concluindo que «esse erro custou caro ao país» e que «não se pode tentar fazer economia com a segurança».
Luis Martins