«Fui uma pessoa para servir o concelho, o distrito e o país e não para me servir». Enquanto teve forças para discursar, José Monteiro, que apresentou a sua recandidatura à Câmara de Celorico da Beira perante várias centenas de pessoas no último sábado, garantiu ser um político «diferente» dos outros. O pior veio depois, quando o candidato socialista foi obrigado a interromper o discurso devido ao que se pensava ser um problema de falta de voz.
No palco, cerca das 23 horas, o autarca pediu desculpa por não ter conseguido terminar a sua intervenção, confessando estar a sentir-se «muito cansado». Isto quatro horas depois do início previsto para o comício no pavilhão gimnodesportivo da vila e após 11 pessoas terem usado a palavra. No dia seguinte ficou a saber-se que o candidato tinha sido vítima de um princípio de AVC e posteriormente internado no Hospital da Guarda. Complicações de saúde à parte, a principal novidade da lista à autarquia é a passagem de António Silva, que no actual mandato é o vereador responsável pela divisão financeira, para número quatro, entrando a professora Maria José Costa para o terceiro lugar. Outra mudança é a substituição de Margarida Lucas por Isabel Janelas na lista à Assembleia Municipal. José Monteiro considerou não ser «muito político, tanto que desempenhei a minha política de uma forma totalmente diferente de todos os políticos do concelho, do distrito e do país».
Deu então exemplos concretos dessa diferença, assegurando andar «sempre» na sua viatura particular ao serviço do município, «com excepção de grandes deslocações», e que «nunca» cobrou ajudas de custo. Houve ainda «tantos dias» em que apenas comeu uma «peça de fruta ou um iogurte» que os funcionários lhe levaram. O candidato garantiu, assim, ter dado «tudo o que tinha» pelo seu concelho e «por vocês», arrancando mais aplausos, declarando que «não podia ser insensível aos incentivos dos celoricenses» para que fosse de novo candidato. José Monteiro disse ter a «melhor equipa e a mais bem preparada», considerando ter chegado a hora do concelho «banir a imagem negativa que teve durante muitos anos de estagnação e de marasmo»: «Celorico merece ter uma oposição construtiva, dinâmica e não uma oposição derrotista, inconsciente, que não pensa no povo, mas em mal dizer. Enquanto que os outros falam, nós fazemos», sublinhou.
Sobre obras, defendeu que a biblioteca municipal, um investimento na ordem dos 1,5 milhões de euros, «que vamos inaugurar é a melhor do distrito e uma das melhores do país». Para o futuro, adiantou que a Escola EB 2, 3 vai ser «reconstruída» e mais não conseguiu dizer.
Ricardo Cordeiro