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«Os nossos candidatos são os melhores e têm dado que fazer à oposição»

José Albano Marques, presidente da Federação Socialista da Guarda

P – Qual é a meta eleitoral nas legislativas?

R – A meta é trabalharmos para obtermos o melhor resultado possível no distrito, sabendo que, actualmente, dado o contexto político e económico, há grandes dificuldades. No entanto, estamos a trabalhar e vamos esperar que no dia 27 as pessoas saibam reconhecer esse trabalho no distrito.

P – Como pensa recuperar os 10 mil eleitores perdidos nas europeias?

R – Não podemos fazer comparações entre as europeias e as legislativas, são eleições diferentes, o contexto político é diferente. De qualquer forma, temos tido uma atenção mais cuidada, temos andado muito mais perto do eleitorado e isso de certeza que trará outros frutos para esta campanha.

P – E nas autárquicas?

R – Nas autárquicas o objectivo é ganhar, a palavra de ordem do PS é ganhar. Estamos no terreno, temos bons candidatos, duas equipas e é significativo o apoio que tem sido dado por parte dessas equipas também ao nosso trabalho enquanto candidatos a deputados. Nos concelhos onde vamos, vemos que existe muito trabalho feito, uma dinâmica muito diferente da que estávamos habituados, o que quer dizer que vamos ter bons resultados e vamos ter boas vitórias.

P – Mantém o objectivo de conquistar as 14 Câmaras do distrito?

R – O objectivo de ganhar 14 Câmaras deverá ser inerente a qualquer presidente de Federação. Já vi que essa questão nunca será abandonada, eu disse que trabalharia para 14 Câmaras e se as pessoas quiserem encarar isso como estar a dizer que vou ganhar as 14, é algo que vamos analisar a 11 de Outubro. Eu continuo a dizer, e provei, que trabalhei para as 14 Câmaras de igual modo, tenho ido a todos os concelhos e estado em todas as apresentações, actividades e eventos. Isso enriqueceu-me enquanto político e enquanto homem, e prova que a minha teoria estava correcta: os 14 concelhos querem ter a mesma oportunidade que têm os outros.

P – Se o PSD ganhar as legislativas no distrito, será uma derrota de José Albano Marques?

R – Gosto de assumir vitórias, mas quando há derrotas, sei assumi-las e assumimos todos, porque nunca há um responsável único numa derrota. Quando se trata de uma derrota num distrito, temos que a contextualizar tendo em conta o panorama nacional e eu estarei cá para assumir as minhas responsabilidades. No entanto, não falo em derrotas, a palavra de ordem do PS é ganhar e cá estaremos para ver, no dia 27, qual o resultado a nível do distrito.

P – A imposição de Francisco Assis foi a melhor opção ou a Federação não teve qualquer opção?

R – O secretário-geral tem essa incumbência e decidiu que seria o melhor para o distrito. Neste momento já não se coloca a questão da imposição, ele enquadrou-se bem, as pessoas têm tido uma dedicação extrema a esta candidatura e a Francisco Assis. Ele tem feito um trabalho como se se tratasse de um cidadão da Guarda e penso que vai dar um bom deputado.

P – Vai demitir-se se o PS tiver um mau resultado nas eleições no distrito?

R – Eu nunca me demiti de nada. Saberei encarar responsabilidades, interpretar os resultados e penso que os militantes, quando me escolheram para presidente da Federação, fizeram-no com a convicção clara de que eu tenho um novo projecto, mais ambicioso, que iria motivar mais a participação nos actos eleitorais. Essa conquista já tive, pois provei que o partido está mais organizado, mais próximo da população, do eleitorado, e são esses que contam. Quanto aos resultados eleitorais, serão os militantes a decidir, mas antes deles será o eleitorado e eu tenho a certeza que o eleitorado percebeu a minha mensagem de uma Guarda maior. Hoje fala-se na representatividade dos 14 concelhos na nossa lista de deputados – que é uma das melhores destes últimos anos – e isso é a prova clara de que essa vitória já ninguém a tira ao Partido Socialista. Vamos ver as próximas.

P – E a seguir às autárquicas, se o resultado também for negativo?

R – Eu acredito que alguém terá maiores dores de cabeça do que o PS nas autárquicas no distrito da Guarda. Os nossos candidatos são os melhores, têm feito um excelente trabalho e têm dado que fazer aos candidatos da oposição. No dia 11 de Outubro espero estar a festejar com uma grande parte dos nossos candidatos as vitórias às Câmaras Municipais.

P – Ainda assim, após estas duas eleições pensa que a sua cabeça está “a prémio”?

R – Nunca analisei essa questão porque as pessoas sabem que estou na política como estou na minha vida social e profissional. Dou o lugar a outro quando acho que estou a mais. Nunca estou muito tempo num cargo, pois considero que há outras pessoas que também têm que ter a sua oportunidade. Fui eleito presidente da Federação há nove meses e não estou a ver o que é que os resultados das autárquicas ou das legislativas podem condicionar a minha tarefa dentro do partido e a forma como se organizou. Essa tarefa foi conseguida, está implementada e há um reconhecimento total dos militantes de que foi conseguida. Agora, vamos ver se o tempo que tivemos deu para projectar os resultados que esperamos vir a ter nestes dois actos eleitorais.

P – Pensa que o PS vai repetir a maioria absoluta?

R – Sabemos que o contexto político é muito complicado, mas também por isso mesmo estamos a trabalhar arduamente para sermos, nós também, a contribuir para que essa maioria absoluta seja uma realidade, com todas as dificuldades inerentes a essa hipótese de a alcançarmos.

P – O que diria a um professor se se cruzasse com ele na rua?

R – Cruzo-me com professores diariamente. O que tenho a dizer aos professores é que sou solidário em muitas questões relacionadas com eles. Eles sabem que sou uma pessoa aberta ao diálogo, alguém que entende as suas dificuldades. Penso que a dispersão do voto para os outros partidos, como forma de castigo pela política seguida, acaba por neutralizar todos os aspectos positivos da política da Educação levada a cabo por este Governo. As medidas tomadas traduzem-se numa mais-valia para o país, numa reforma conseguida, que teve alguns percalços relativamente a um diálogo mais profundo com os professores, para que eles próprios participassem no processo de mudança e avaliação. É só esse o cerne da questão, pelo que apelo a todos os professores para que não mostrem o cartão vermelho no dia 27, sob pena de estarmos a pôr em causa um projecto e uma reforma na educação que toda gente entende e gostou. Sabemos que há aspectos a melhorar – o próprio secretário-geral já reconheceu que existe muito diálogo a ter com os professores –, mas penso que na próxima legislatura vamos ter essa hipótese. Espero que os professores tenham a capacidade de distinguir o que correu bem do que correu menos bem, mas que saibam que há oportunidade para corrigir algumas coisas que, no seu entender, não correram da melhor forma.

Comentários dos nossos leitores
MadGomes magomes77@gmail.com
Comentário:
Se este sr se cruza diariamente com professores, de certeza que já o informaram do estado em que a ESCOLA se encontra: tanta reforma para estar pior! Assumam o que fizeram, agora não vale a pena vir com «falas mansas»… Aconselho-o a ler o Manifesto de Obama para os alunos da América- publicado dia 9 Set- Um discurso que marca a diferença.Leia e guarde esta lição.
 

«Os nossos candidatos são os melhores e têm
        dado que fazer à oposição»

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