O Tribunal de Castelo Branco inicia a 19 de Novembro o julgamento dos dois condutores envolvidos no acidente de 2007, na auto-estrada 23 (A23), na sequência do qual morreram 17 pessoas.
Segundo fonte ligada ao processo, o colectivo de juízes reservou uma semana para a realização do julgamento. O desastre resultou do embate entre um ligeiro e um autocarro com alunos da Universidade Sénior de Castelo Branco, em Novembro de 2007. O Ministério Público tinha acusado apenas a condutora do veículo ligeiro de homicídio por negligência por «falta de atenção e cuidado», mas a instrução do processo concluiu que o condutor do autocarro também deve ir a julgamento. Cada um deles vai ser julgado por 17 crimes de homicídio por negligência e seis crimes por ofensas à integridade física. Segundo o despacho do juiz de instrução Jorge Martins, o condutor do pesado invadiu a faixa da esquerda onde a condutora já fazia uma ultrapassagem. Esta última ainda tinha espaço para ultrapassar, mas por falta de cuidado e perícia perdeu o controlo do ligeiro e embateu no autocarro, acrescentou.
O juiz justificou ainda o número de crimes de que são acusados com a dimensão do acidente. «Hoje em dia, pequenos actos negligentes podem causar catástrofes», justificou. A decisão vai ao encontro, «a 100 por cento», ao que tinha sido pedido por João Carlos Marcelo, advogado da maioria das vítimas. «Esta é melhor forma de, depois, em audiência de julgamento, apurar a responsabilidade», acrescentou Nuno Almeida Santos, advogado de outro conjunto de vítimas. «A haver um dos arguidos [um dos condutores] excluído, isso à partida limitava o apuramento das responsabilidades», concluiu.
