Um violento acidente de viação ocorrido no último sábado em França, na região de Limoges, provocou a morte a quatro portugueses, três dos quais residentes na zona de Paris e todos naturais do distrito da Guarda. As vítimas deslocavam-se para Portugal, para as habituais férias de Verão, num mini-bus conduzido por um motorista profissional residente em Alfaiates (Sabugal), que fazia transportes do género há mais de 20 anos, e que também morreu.
O mini-bus transportava duas famílias. As vítimas mortais são Joaquim Vicente, o condutor, Manuel José Dias Martins e a esposa Lídia Varandas, ambos de Vale de Espinho (Sabugal), e ainda José Marques, de Gonçalo (Guarda). O acidente, que aconteceu ao início da tarde numa descida da A20, entre Paris e Provence, matou ainda um holandês e feriu oito pessoas, das quais cinco seguiam na viatura portuguesa, todos familiares de José Marques e com destino a Gonçalo. As outras duas são filhos do cidadão holandês, de 16 e seis anos de idades, e a terceira é de um outro carro. No total, o sinistro envolveu quatro veículos e 18 pessoas, sendo que cinco escaparam ilesas.
De acordo com as autoridades francesas, o desastre terá sido provocado pelo condutor português, ao volante de uma carrinha Mercedes com atrelado, que se despistou quando realizava uma ultrapassagem, saiu da faixa de rodagem e foi embater nos carros que circulavam no sentido contrário. Antes de transpor o separador central da auto-estrada, chocou com um outro carro.
A viatura de Joaquim Vicente, de 63 anos, só parou depois de bater no ligeiro conduzido por um cidadão holandês. Um fugaz adormecimento ou uma distracção são algumas das possíveis causas adiantadas pelas autoridades policiais de Haute-Vienne, que estão a investigar as circunstâncias em que o despiste ocorreu. Joaquim Vicente, detentor de uma empresa de transportes sediada em Landes (França), juntamente com o filho, «conhecia muito bem o trajecto porque o fazia há muitos anos», afirma o presidente da Junta de Alfaiates, Francisco Baltazar, que fala numa pessoa «conceituada» na terra. A população da aldeia está «muito abalada» com a sua morte, refere o autarca. Na terça-feira, ainda nada se sabia acerca da trasladação dos corpos, encontrando-se os diferentes familiares das vítimas mortais em França para tratar de todos os procedimentos. Quanto aos feridos originários de Gonçalo, dois sofreram ferimentos graves e ainda se encontravam hospitalizadas, no Centro Hospitalar Universitário (CHU) de Limoges.
Um deles é a esposa de José Marques, de 64 anos, que foi submetida a uma intervenção cirúrgica. Segundo o presidente da Junta, Pedro Pires, as restantes três pessoas já receberam alta. Para além da esposa de José Marques, seguiam no mini-bus a neta de ambos, de 20 anos, e três cunhados. «Naturalmente que este acontecimento deixou a população de Gonçalo transtornada», diz Pedro Pires, informando que foram já suspensas todas as festas populares de Verão na aldeia. A grande festa anual dedicada aos emigrantes estava agendada para 14 deste mês. A vítima mortal da terra era reformada, deslocava-se várias vezes por ano a Gonçalo com a esposa e «era membro da comissão organizadora» da festividade, explica o autarca. «Foi um acidente que envolveu muitas pessoas de Gonçalo e, como é uma terra pequena, somos todos companheiros uns dos outros», acrescenta Pedro Pires.
A acompanhar a situação está o Governo Civil da Guarda, que ofereceu «de imediato» apoio aos familiares das vítimas deste acidente: «Não temos psicólogos, mas disponibilizámos apoio logístico e contactámos as famílias, que informaram não necessitar de nada», adianta Maria do Carmo Borges. A Governadora Civil diz estar «desde a primeira hora» em contacto com o embaixador e com o cônsul e vice-cônsul portugueses naquela zona de França, no sentido de acompanhar toda a situação, nomeadamente o estado de saúde dos feridos.
Mulher morre em acidente de autocarro
Uma mulher de 40 anos, que viajava com destino a Almeida, faleceu na madrugada de terça-feira num acidente de autocarro ocorrido na região de Bordéus (França). De acordo com a Governadora Civil da Guarda, a única vítima mortal deste acidente, que deixou feridas 19 pessoas, viajava com o marido, natural daquela vila. «A vítima não era natural do distrito, mas regressava todos os anos por esta altura a Almeida com o marido, ambos emigrantes, para passar férias», informa Maria do Carmo Borges. O acidente aconteceu em Saugnacq-et-Muret, na região de Landes, a cerca de 70 quilómetros a Sul de Bordéus. O autocarro, da empresa Mondinense, ao serviço da InterNorte, fazia a ligação Estugarda (Alemanha) – Porto e transportava passageiros de nacionalidade portuguesa, francesa e alemã.