No passado dia 20 de Julho de 2009 comemorou-se os 40 anos da chegada do Homem à Lua. Apesar de todas as polémicas acerca deste evento, com teorias da conspiração que defendem que este acontecimento foi fabricado a verdade é que este corpo celeste é um dos mais, se não, o mais conhecido pelo ser humano.
Nesta data vou central a minha atenção neste planeta secundário, com algumas ideias pouco conhecidas, e deixar a chegada do Homem à Lua de lado.
A Lua é o corpo celeste mais próximo da Terra e o único onde poisou uma nave espacial tripulada, sendo, em todo o sistema solar, o segundo maior satélite quando comparado com o seu respectivo planeta principal. Devido à baixa massa deste planeta, a velocidade com que os gases se libertam é muito reduzido o que têm como consequência não apresentar praticamente atmosfera, apenas uns vestígios de hidrogénio, hélio, árgon e néon. A falta de atmosfera significa que o solo lunar não está sujeito a fenómenos de erosão semelhantes à Terra. Em vez disso, a superfície da Lua foi moldada pela actividade vulcânica e pelo impacto de meteoritos que não se incendeiam ao aproximar-se da superfície.
A superfície lunar pode ser dividida em duas regiões principais: as terras altas, que cobrem cerca de 85 por cento da área total da superfície da Lua, e as planícies (chamadas mares). A formação destes dois tipos de estruturas está intimamente ligada à evolução da própria Lua. Há cerca de 4600 milhões de anos, a Lua era uma massa quente e fluída. À medida que foi arrefecendo, veio à superfície e solidificou a matéria de densidade relativamente baixa, formando uma crusta primordial. Depois de formada, a crusta foi fortemente bombardeada por meteoritos e outros detritos celestes o que deu origem às crateras de impacto e outros acidentes da superfície, características da acidentada estrutura das terras altas.
A época do forte bombardeamento terminou há cerca de 3900 milhões de anos e foi seguida de um período de intensa actividade vulcânica, durante o qual se formaram os mares. Alguns destes primeiros bombardeamentos criaram vastas bacias, que foram inundadas com lava de vulcões lunares. Quando a lava das bacias arrefeceu, deixou grandes planícies lisas – os mares.
Embora a superfície lunar não revela sinais óbvios de actividade, o interior da Lua continua quente devido à presença de matéria radioactiva abaixo da superfície. As missões Apollo descobriram que se verificam todos os anos cerca de 3000 sismos. Ao investigar estes sismos os cientistas concluíram que a crusta tem uma profundidade de cerca de 60 km na face visível da Lua e de cerca de 65 km na face oculta. A crusta propriamente dita compõe-se de diversas camadas. Até uma profundidade de vários quilómetros encontra-se o rególito, compreendendo os restos estilhaçados do leito rochoso que foi atingido pelo bombardeamento dos meteoritos. A espessura e composição exactas desta região varia entre os relevos e os mares, sendo os relevos constituídos principalmente por anortesito e os mares por basalto.
Cerca de 20 km abaixo da superfície, a composição da crusta superior muda, tornando-se semelhante à dos relevos da superfície. Abaixo da crusta encontra-se uma camada de matéria mais densa até uma profundidade de 150 km, onde começa a região seguinte, a litosfera. É nessa região que têm origem os sismos, a uma profundidade de 1000 km. Sob a litosfera encontra-se o núcleo interior fundido, que tem cerca de 1500 km de diâmetro.
Foi descoberta em 1968 uma característica interessante da Lua, em consequência de inesperadas variações da velocidade orbital da sonda americana Orbiter 5. Descobriu-se que a causa dessas variações estava localizada em áreas subsuperficiais de densidade anormalmente elevada chamadas de concentrações de massa. Essas regiões podem ter-se formado em consequência da subida da lava do núcleo exterior através de fendas na litosfera e ter-se solidificado depois em massas localizadas de alta densidade.
Uma simples observação da Lua nestas noites quentes de Verão servem para identificar as regiões de mares e de relevos. Deste modo, deixo esta sugestão para férias….
Por: António Costa