O Photoshop é a melhor ferramenta para a imagem de um candidato. Mas ao que parece, na candidatura de Crespo de Carvalho o Photoshop é um ilustre desconhecido. No primeiro cartaz do candidato independente apresentado pelo PSD, publicado na semana passada na imprensa local, recorrem ao fundo laranja, mas a imagem final é uma laranjada pegada. A tal ponto que nem se dá pela ausência da sigla do partido – ao que parece, não terá chegado a tempo. Mas isso também não importa, porque a ideia desta candidatura é ser o mais abrangente possível, logo nada de compromissos muito fortes. Será que o eleitorado socialista ressabiado com Valente e os centristas que não se revêem na candidata suculenta que o CDS desencantou perceberam este subliminar pormenor? Lá saberemos a 11 de Outubro.
O que já sabemos é que os independentes são sempre imprevisíveis – como dizia o saudoso Jorge Coelho –, por isso, nada melhor que um malmequer para derrotar a hegemonia da rosa. Flor que, por sinal, tem sido espinhosa para a Guarda. Mas, a fazer fé no cartaz de Crespo de Carvalho, o malmequer também terá os dias contados. Senão atentemos ao pormenor das suas pétalas a serem desfolhadas, imagem dramática da morte antecipada de tão viçosa e popular planta. Assim se mata uma boa ideia: o candidato, enquanto se esforça para saber se o povo o quer – malmequer, bem-me-quer, malmequer, bem-me-quer… – elimina a beleza da flor, entregando-a ao vento de Outono e à força rosa do inimigo. Bem pode apregoar que a Guarda quer, pois o mais certo é que fique confusa com o amadorismo deste marketing de principiante. Crespo de Carvalho não terá aprendido nada com Ana Manso?
Nota: Neste período de Verão, publicamosesta rubrica de opinião política “quente”
Por: O Nadador Salvador