A Estradas de Portugal (EP) formalizou, na sexta-feira, a intenção de investir mais de 19 milhões de euros em três intervenções nos concelhos da Guarda e Aguiar da Beira. Nesta vila vai finalmente começar a construção da variante, orçada em 5,1 milhões de euros.
A empreitada, numa extensão de 3,7 quilómetros, foi adjudicada à Amândio de Carvalho e destina-se a retirar tráfego ao centro de Aguiar da Beira. A EP prevê que a obra esteja concluída no segundo semestre de 2010. Já para a capital do distrito foi rubricada a abertura de concurso para a requalificação da EN338, entre a Guarda e a aldeia de Trinta, naquele que será o primeiro troço da futura “Estrada Verde” que ligará a cidade ao maciço central da Serra da Estrela. «Vamos iniciar a requalificação de uma via importantíssima do ponto de vista turístico e para que a Guarda tenha a entrada na Serra que merece», disse Joaquim Valente. O presidente da Câmara admitiu também que esta intervenção permitirá «melhorar a vida de mais de três mil pessoas de seis freguesias do concelho, que queremos consolidar com esta obra».
O secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, Paulo Campos, também homologou o contrato para a elaboração do estudo prévio da ligação de Manteigas à A23, por Gonçalo e Benespera, ambas no concelho da Guarda. Segundo o Governo, o estudo prévio deverá estar concluído no último trimestre de 2010, seguindo-se a avaliação de impacte ambiental. A futura estrada terá cerca de 12 quilómetros e custará um pouco mais de 13,5 milhões de euros, permitindo melhorar a ligação de Manteigas à auto-estrada e à Guarda. Joaquim Valente considerou-a uma «ligação privilegiada da A23 ao “coração” da Serra da Estrela, que tem cada vez mais visitantes espanhóis».
Quem não embandeirou em arco foi José Manuel Biscaia. Reconhecendo que a via «é importante», o edil de Manteigas disse que estava à espera de mais: «É mais um anúncio de outro anúncio feito no final do ano passado em Manteigas. Eu queria é que a obra fosse já iniciada, mas o que ficámos a saber é que, no final de 2010, ainda faltará fazer a avaliação de impacte ambiental. Esta cerimónia foi pura propaganda política», criticou o social-democrata, acrescentando, irónico, que a estrada vai «evitar que Gonçalo desapareça do mapa».