A criação de uma agência de desenvolvimento para gerir e promover o destino turístico do Vale do Côa é uma das medidas propostas no Plano Estratégico apresentado na semana passada, em Vila Nova de Foz Côa, pela Associação de Municípios do Vale do Côa (AMVC).
Elaborado pelo economista Augusto Mateus, o documento começa por analisas a situação actual de um território formado por 10 municípios, desde Mogadouro ao Sabugal, concluindo tratar-se de uma das regiões «mais pobres e economicamente deprimidas do país». Isto, tendo em conta o poder de compra, a actividade empresarial – é constituída maioritariamente por micro-empresas com «fracas competências organizacionais e de negócio» – e um modelo de desenvolvimento económico e social centrado em bens não transaccionáveis internacionalmente. Segundo Augusto Mateus, a solução estará no aproveitamento turístico do património natural e artístico existente, pelo que propõe, nomeadamente, uma revisão do modelo de negócio do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) no âmbito da abertura do Museu do Côa, «que deve ser a porta de entrada na região e o centro da sua vivência cultural», refere o diagnóstico apresentado pelo antigo ministro da Economia do Governo de Guterres. É que, para o professor, «não vamos a lado nenhum sem uma parceria público-privada e de um conjunto de pessoas novas que venham para cá».
De resto, o Plano Estratégico já alude aos projectos estruturantes a implementar por promotores públicos e privados e destaca o papel reservado à nova estrutura de governação deste destino turístico. As conclusões do estudo e os investimentos anunciados agradaram a António Baptista, presidente da Assembleia-Geral da AMVC, e a Emílio Mesquita, presidente do Conselho Directivo, que falaram num «futuro próximo de esperança» para a região do Vale do Côa. Na sessão esteve ainda presente Alfredo Marques, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, que anunciou a candidatura que a AMVC apresentou ao PROVERE já está «no “circuito governamental” para aprovação final». O dossier integra oito projectos-âncora, que correspondem a um montante de investimento de cerca de 64 milhões de euros, a concretizar essencialmente pelos promotores privados nos próximos três anos. A AMVC é constituída pelos concelhos do Sabugal, Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Mêda, Mogadouro, Pinhel, Torre de Moncorvo, Trancoso e Vila Nova de Foz Côa.